Alvaro Dias diz que voto secreto é "permanente tentação à traição"
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou em Plenário, nesta segunda-feira (10), que a sessão secreta para julgamento do caso Renan Calheiros possibilita a "encenação e a falsidade". O Plenário vota na quarta-feira o projeto de resolução do Conselho de Ética que recomenda a perda do mandato do senador.
- Quando há o desejo da falsidade, é possível votar de uma forma no Conselho [de Ética] e mudar o voto no Plenário.O voto secreto é uma permanente tentação àtraição - afirmou, apontando ainda a possibilidade de o parlamentar agir com o que chamou de "falsidade absoluta", ao declarar publicamente seu voto em uma direção e na votação secreta fazer uma opção diferente.
Alvaro Dias sugeriu ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que falara anteriormente, que ambos apresentem uma proposta de emenda à Constituição acabando com a sessão secreta em casos de cassação de mandato de parlamentar.
O senador reiterou sua opinião de que a votação sobre a cassação ou absolvição do presidente da Casa, Renan Calheiros, mais do que uma votação onde prevalece a vontade pessoal do parlamentar, representa um "julgamento institucional" pela preservação da instituição.
Vale do Rio Doce
Alvaro Dias também criticou a decisão do 3º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, ocorrido entre 31 de agosto e 2 de setembro, de defender a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce. Ele questionou qual seria a real intenção do partido: se de fato propor o retorno à estatização de uma companhia comprovadamente lucrativa, ou apenas voltar ao tema para criticar o governo Fernando Henrique Cardoso por ter realizado a privatização da empresa por valor inferior ao de mercado.
O senador também criticou a possibilidade de estatização de algumas companhias telefônicas, lembrando que, após o processo de privatização das telecomunicações, o setor garantiu aos usuários a ampliação do acesso às linhas telefônicas.
O parlamentar foi aparteado pelos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Romeu Tuma (DEM-SP) e Marco Maciel (DEM-PE).
10/09/2007
Agência Senado
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