Alvaro Dias quer ouvir Negromonte no Senado sobre denúncias no Ministério das Cidades
O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), anunciou em Plenário que solicitará aos presidentes das comissões de Serviços de Infraestrutura (CI) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) uma audiência conjunta para ouvir, já na próxima semana, o ministro Mário Negromonte, das Cidades, sobre denúncias de irregularidades relacionadas a obras de infraestrutura da Copa em Cuiabá. A denúncia foi publicada nesta quinta-feira (24) no jornal O Estado de S. Paulo.
Conforme o senador, a fraude envolveu a reprodução de uma mesma nota técnica e a demissão do servidor que se recusou a dar parecer favorável ao aditivo contratual. Segundo Alvaro Dias, estariam envolvidos a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério, Luiza Viana, que teria fraudado o parecer, e o chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto, chamado pelo senador de "braço direito" do ministro, que teria dado aval à operação. Com isso, o valor da obra subiu para R$ 1,2 bilhão, majorada em R$ 700 milhões.
- Compete ao Senado Federal ouvir o ministro e como decorrência de seu depoimento decidir providências subsequentes. Com a concordância da maioria, poderemos reivindicar outros depoimentos de servidores envolvidos - propôs o parlamentar.
Alvaro Dias afirmou também que com essa são quatro as denúncias contra o Ministério das Cidades: existência de um mensalão do PP; desvio de recursos no Programa Minha Casa, Minha Vida; e verba para a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que promoveu uma "Festa do Bode", no interior da Bahia.
Carlos Lupi
O líder do PSDB protestou ainda sobre a permanência do ministro do Trabalho, Carlos Lupi no cargo, mesmo após ter desafiado a presidente Dilma Rousseff, dizendo que não sairia "nem à bala" e, voltado atrás, em seguida, fazendo-lhe uma "declaração de amor".
- A indagação que temos de fazer agora: a permanência do ministro se deve ao desafio lançado ou à declaração de amor feita? Talvez a resposta nos informasse sobre as razões da permanência do ministro - declarou, apontando para as várias denúncias envolvendo o Ministério do Trabalho.
Alvaro Dias chamou de "crime de responsabilidade explícito" o desmentido de Lupi, que em depoimento na Câmara negara conhecer o empresário Adair Meira, e depois das evidências apresentadas pela imprensa, reconheceu que este lhe cedeu o avião e o acompanhou em viagem ao Maranhão.
"Faxina" é farsa
Para o líder, o governo, ao demitir ministros, não vem promovendo uma "faxina", ao contrário do que vem sendo divulgado. Um exemplo disso foi o caso do ex-ministro Nelson Jobim que foi demitido por ter afirmado que não tinha votado nas eleições de 2010 em Dilma Rousseff, mas em José Serra.
- As pesquisas demonstraram que a presidente cresceu politicamente porque estava promovendo uma faxina. Isso é uma farsa. O ministro Nelson Jobim não foi denunciado e nem demitido por mentir, foi, por dizer a verdade. Verdade é corrupção. Dizer mentira é permanência no governo. Há uma inversão de valores, de prioridade ética - afirmou.
24/11/2011
Agência Senado
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