Alvaro Dias teme 'grande calote' do governo




O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse nesta terça-feira (22) que se discute, desde o início do ano, a questão dos chamados "restos a pagar", despesas do governo empenhadas num ano, mas que não são pagas até 31 de dezembro. Segundo o parlamentar, o valor das pendências sob essa rubrica, referente ao período de 2009 a 2010, chega a R$ 128 bilhões. Ele observou que a situação exigiu cortes no Orçamento da União para a liberação de recursos suficientes para saldar débitos de anos anteriores.

- Fala-se que haverá um grande calote, que haverá um corte significativo de R$ 34 bilhões mais R$18 bilhões de restos a pagar que seriam simplesmente cancelados - afirmou.

Dias também assinalou que a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 exigem investimentos pesados do governo federal e que em apenas um estádio de futebol serão investidos R$ 1,3 bilhão. Ele ressaltou que os gargalos na infraestrutura brasileira comprometem esses eventos esportivos e a plataforma de desenvolvimento sustentável da economia brasileira.

- O cenário é preocupante sob diversos ângulos. Estradas esburacadas, portos e aeroportos saturados, malha ferroviária e hidroviária incapazes de ligar o território de ponta a ponta, sem falar de energia e serviços de telecomunicações, entre outro - lamentou.

De acordo com o senador, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia que seriam necessários R$ 42 bilhões para atender 265 obras importantes nesse setor. Os investimentos previstos nos PAC 1 e 2 foram de R$ 15 bilhões. Ele observou que, no mesmo dia em que a presidente da República fez referência a investimentos de R$ 33 bilhões em infraestrutura para a Copa de 2014, o presidente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) demonstrou preocupação com o colapso dos aeroportos brasileiros.

- Na esfera das obras nos aeroportos com vistas à Copa de 2014, um dado recente demonstra a execução claudicante. De quase R$ 5,6 bilhões colocados à disposição da Infraero, apenas R$ 134 milhões foram efetivamente aplicados na melhoria ou ampliação dos aeroportos, 2,4% do investimento previsto - salientou.



22/03/2011

Agência Senado


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