Alvaro pede que CRE investigue possível farsa na morte de Argañas



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) sugeriu ao presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional , senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que inicie, no âmbito daquela comissão, um debate sobre as recentes notícias de que teria ocorrido uma farsa envolvendo o assassinato do então vice-presidente do Paraguai, Luis Argaña, em 1999. Ele informou que legistas brasileiros e argentinos atestaram que o vice-presidente já estava morto quando recebeu diversos tiros, nas ruas de Assunção.

- Respeitamos o princípio constitucional da não ingerência, mas creio que cabe sim uma análise por parte das comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara sobre o caso. Certamente Suplicy não se negará a tratar do assunto, convocando uma audiência pública com o assessor internacional do governo, Marco Aurélio Garcia. Quem sabe a CRE possa sugerir uma denúncia formal à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que seja feita uma investigação particular no Paraguai - afirmou Alvaro Dias.

Na avaliação do senador pelo Paraná, esse anúncio de uma possível conspiração poderá abalar a imagem não só do Paraguai, mas também do Mercosul. Ele destacou que as investigações feitas até o momento apontam para o envolvimento do atual presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, que na época era dirigente do Partido Colorado e, logo após o crime, foi alçado ao cargo de ministro da Educação.

Ideli

Alvaro Dias também rebateu alguns argumentos utilizados pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC), em pronunciamento anterior, quando a líder petista enumerou 13 pontos que atestariam as diferenças entre os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Ele comentou que teria condições de apontar um número superior de mudanças, mas, todas elas para comprovar que o Brasil mudou para pior na atual administração.

- Quando vejo o entusiasmo da senadora relatando avanços que a população não vê, imagino que estou vivendo em um outro mundo, o mundo da realidade, enquanto ela está vivendo no mundo da utopia. Não podemos concordar que seja uma mudança para melhor o desempenho da economia do país no ano passado, só comparável ao do ano do impeachment do então presidente Fernando Collor - afirmou Alvaro Dias.

O senador também criticou o fato de o governo comemorar um superávit fiscal recorde em março. Ele registrou que o resultado somente foi obtido graças à redução no ritmo dos investimentos públicos. Alvaro Dias comparou que apenas 1,17% dos investimentos autorizados no ano pela lei orçamentária haviam sido pagos até o dia 8 de abril. Não fosse o pagamento da primeira das quatro parcelas do novo avião presidencial (quase R$ 47 milhões em fevereiro), disse, os investimentos públicos não teriam alcançado R$ 100 milhões até a data do último levantamento disponível.



26/04/2004

Agência Senado


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