Alvaro Dias denuncia "farsa da execução orçamentária" dos governos



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) denunciou nesta sexta-feira (23) em Plenário que, principalmente em ano eleitoral, muito do que o governo federal e alguns governos estaduais afirmam ser investimento contraria a verdade. Ele definiu como "farsa da execução orçamentária" o que a publicidade oficial desses governos divulga e disse que alguns chegam a anunciar como investimentos os salários pagos ao funcionalismo.

- Aquilo que se propala na mídia eletrônica ou em cartazes, outdoors e jornais não é o reflexo da realidade dos investimentos. Alguns números oficiais anunciados pela propaganda afirmam que o Paraná aplicou R$ 5,2 bilhões em Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e São José dos Pinhais, nos últimos três anos e três meses. Mas pelo menos R$ 3,5 bilhões, ou 67% desse total, não podem ser considerados investimentos - informou o senador.

De acordo com Alvaro Dias, o conceito técnico de investimento é literalmente ignorado nesses anúncios, pois esses R$ 3,5 bilhões são despesas obrigatórias com custeio e pagamento de funcionários. Na cifra divulgada pelo governo paranaense, ele disse que foram incluídos até empréstimos feitos aos municípios e que a administração do estado ainda colocou nessa conta recursos que não saíram dos cofres públicos até porque ainda nem foram recebidos pelo Paraná.

- Só pode ser considerado investimento o dinheiro que é aplicado e traz algum retorno financeiro, econômico ou social, como escolas, estradas ou máquinas. Portanto, quando o governo paga os empregados não é investimento. É despesa. Sem dúvida, não dá para considerar salário do funcionário público, por exemplo, como dinheiro investido, que movimenta a economia, porque se trata apenas de manter a máquina estatal funcionando.

Alvaro Dias afirmou ainda que a prática de inserir na propaganda oficial despesas e outros custeios que tecnicamente não poderiam ser considerados investimentos não é exclusiva do Paraná. Ele fez esse alerta porque entende que em período eleitoral a situação se agrava.

- Sobretudo em período eleitoral, a propaganda oficial extrapola os limites do bom senso. E, se essa propaganda extrapola esses limites, imaginem os discursos da campanha. É preciso respeitar a população com o discurso da seriedade - alertou.



23/06/2006

Agência Senado


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