AMIN RESPONDE A CRÍTICAS À EMISSÃO DE BÔNUS GLOBAIS PELO GOVERNO



O senador Esperidião Amin (PPB-SC) afirmou que, ao contrário da avaliação feita por uma parte minoritária da imprensa especializada, a emissão de 3 bilhões de dólares em bônus globais, colocados pelo governo no mercado financeiro internacional em julho, foi uma operação vantajosa para o país.

A seu ver, têm razão os técnicos do Banco Central, para os quais a maior transação brasileira no mercado externo teve seu êxito assentado na colocação de papéis com prazo de 30 anos, o que representa "um voto de confiança na economia brasileira".

- Não ocorreu preocupante alongamento da dívida externa, como se comenta, pois a maior parte da troca compreendeu bônus de desconto e ao par. Também, a operação não modificou o perfil de pagamentos de juro externo ou exerceu influência sobre o déficit em conta-corrente, conquanto abra ao país a vantajosa perspectiva de não enfrentar dificuldades externas no curto prazo - argumentou.

Relator, na Comissão de Assuntos Econômicos, das duas resoluções que autorizaram o governo a realizar a operação de crédito externo, Amin destacou que a estrutura de colocação dos bônus permitiu que a autoridade econômica definisse o momento mais adequado à emissão dos títulos cujos recursos serão utilizados na substituição da dívida mobiliária interna por dívida externa, a menores custos e maiores prazos.

Esperidião Amin contestou crítica do professor da UFRJ Reinaldo Gonçalves, publicada no jornal Correio Braziliense, segundo o qual a procura 20 vezes superior à oferta de bônus globais brasileiros deveu-se ao pagamento de juro de 395 pontos acima dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, o que teria sido prejudicial aos interesses nacionais.

Conforme o senador, a crítica omite que o país teve ganho efetivo ao trocar títulos antigos com deságio e não destaca que "a transação reduziu o principal da dívida externa, possibilitando economia de 220 milhões de dólares, até o resgate dos novos títulos".

Amin destacou que o comentarista econômico Celso Pinto avaliou a transação corretamente, ao reconhecer que "o Brasil trocou 2,8 bilhões de dólares em títulos originados da dívida externa por 2,25 milhões de dólares de novos papéis. Além disso, vendeu mais, a dinheiro, 750 milhões de dólares de novos bônus", citou.



01/08/1997

Agência Senado


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