Amorim destaca a modernização dos equipamentos das Forças Armadas
O ministro da Defesa, Celso Amorim, proferiu palestra durante o evento comemorativo pelos 100 anos da Escola de Guerra Naval nesta segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. Em seu pronunciamento, Amorim tratou de temas como a diplomacia marítima, cooperação com países africanos, projetos estratégicos das Forças Armadas e a cobiçada riqueza petrolífera do Brasil – o que, na sua visão, pode motivar a cobiça de terceiros.
O processo de reaparelhamento das Forças Armadas foi destacado pelo ministro em sua palestra. Para ele, o avanço no programa de submarinos da Marinha (Prosub), a criação do Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber) e a aquisição das novas aeronaves de combate da Aeronáutica (Projeto F-X2) “são marcos históricos” da modernização da Defesa brasileira.
“O objetivo dessas e de muitas outras medidas é garantir ao Brasil a posse, com domínio tecnológico, das capacidades necessárias para dissuadir no mar, em terra e no ar ameaças e agressões que o País possa vir a sofrer a qualquer tempo e originadas em qualquer quadrante”, afirmou.
Amorim ressaltou que as áreas marítimas brasileiras, dotadas de riquezas ainda desconhecidas, “não estão livres de pretensões de controle hegemônico, em detrimento de direitos de Estados costeiros ou da exploração segundo regras multilaterais de conduta”.
Além disso, o ministro enfatizou a necessidade de o Brasil ter adequada capacidade de dissuasão com vistas à proteção das enormes reservas de petróleo que o País detém na camada do pré-sal no Atlântico Sul.
Líbano
Em sua exposição, o ministro da Defesa lembrou o atentado à bomba que tirou a vida da brasileira Malak Zahwe, ocorrido em Beirute, no Líbano, em janeiro deste ano. Para ele, “a presença de uma fragata da Marinha do Brasil na componente marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, a Unifil, é boa ilustração de como o emprego de instrumentos militares pode reforçar a ação diplomática na busca da paz”. E acrescentou: “Nossa participação no Líbano sublinha a importância de refletirmos sobre nossos desafios e de definirmos nossos interesses”.
Cooperação com a África
A relação do Brasil com as nações africanas também foi destaque na fala de Celso Amorim. Segundo ele, a Marinha é parte premente nesse esforço de cooperação. O ministro elogiou o apoio prestado pela Força Naval a nações africanas como o Cabo Verde, a Namíbia e a Guiné, além da assessoria que a Marinha tem dado à União Africana na questão marítima.
De acordo com o ministro, a importância da parceria Brasil-África, em assuntos de cunho militar e diplomático, se deve à responsabilidade conjunta pelo Atlântico Sul. “Por meio da Zopacas (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul), unimos esforços para que nosso oceano seja uma zona de paz e cooperação, livre de armas nucleares e de todo tipo de rivalidades estranhas ao nosso entorno”, afirmou.
Escola de Guerra Naval
Criada pelo Decreto 10.787, de 25 de fevereiro de 1914, com o nome de “Escola Naval de Guerra”, a instituição recebeu sua denominação atual em 1930. A Escola tem como missão contribuir para a capacitação dos oficiais da Marinha para funções de Estado-Maior, aperfeiçoando-os para o exercício de cargos de comando, chefia, direção e altos escalões da Força.
Na solenidade que marcou os 100 anos do centro de ensino, o diretor da Escola de Guerra Naval, almirante Almir Garnier Santos, reiterou que anualmente são formados 1 mil oficiais da Marinha “na casa destinada, principalmente, à pesquisa”.
Além do ministro Celso Amorim, a cerimônia contou com a presença do comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto; do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Carlos Augusto de Sousa; do secretário-geral do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso; e do coordenador de Negócios dos Correios, Orlando Costa.
Durante o evento, foram lançados o livro, a revista e o selo dos Correios comemorativos pelos 100 anos da Escola de Guerra Naval.
Fonte:
Ministério da Defesa
25/02/2014 17:39
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