AMORIM DESTACA "CORAGEM" DO GOVERNO EM ADOTAR O AJUSTE
O senador Ernandes Amorim (PPB-RO) aplaudiu hoje (dia 11) "a coragem" do governo federalem adotaras medidas de ajuste econômico, destacando que não é com inflação, com juros abusivos e com o capital especulativoque o país terá condições de manter o Plano Real. Além das medidas anunciadas ontem (dia 10), o senador entende que é preciso corrigir várias sangrias no orçamento erever a questão dos financiamentos.
Amorim, queparticipou de um almoço com o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf , disse que este manifestou o seu apoio às medidas adotadas e lembrou que o PPB vinha alertando o governo, desde 1994, para a necessidade de correção do Plano Real, principalmente por causa do aumento da dívida interna.
Na opinião do senador, a crise do Plano Real se deve aos juros altos,à falta de financiamentos para a área produtiva, à inexistência de estímulos às exportação e à falta de incentivos a quem produz e a quem trabalha.
O senador enfatizou a necessidade de investimentos na agricultura e napecuária, e dar mais incentivo às áreas da educação e da saúde em vez de se investir em armamentos.
Ernandes Amorim afirmou que, ao invés da eliminação ou redução da participação do orçamento público nos fundos de pensão, o governo preferiu o aumento das tarifas e do Imposto de Renda, optando pelo aumento do "custo Brasil". O senador defendeu "um corte gordo" no que ele considera "uma farra especulativa" que se faz com os recursos públicos através dos fundos de pensão.
Ele voltou a pedir uma maior fiscalização do governo federal, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União quanto à aplicação dos recursos públicos, especialmente os oriundos do processo deprivatização, liberados pelo BNDES.
- É preciso que a equipe econômica tenha um pouco mais de responsabilidade com um dinheiro que é do povo. É preciso pensar com seriedade, fazer investimentospara propiciar o desenvolvimento do país. Não é com a demissão de funcionários públicos que todos os problemas do país serão resolvidos - afirmou.
Em aparte, o senador Júlio Campos (PFL-MT) apoiou o discurso de Amorim e também defendeu uma maior fiscalização do governo federal sobre a aplicação dos recursos públicos.
11/11/1997
Agência Senado
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