Ana Amélia critica juros 'exorbitantes' dos cartões de crédito



A senadora Ana Amélia (PP-RS) lamentou em Plenário, nesta quinta-feira (11), as taxas de juros do crédito rotativo dos cartões de crédito que são cobradas dos consumidores brasileiros. Ela lembrou que os juros dos cartões de crédito no país são os mais altos do planeta, atingindo em média 338% ao ano.

- Os juros do cartão de crédito no Brasil, infelizmente, ainda são exorbitantes! Não consigo entender como um país como o nosso, que conseguiu reduzir ontem de 7,5 % a taxa básica de juros [Selic] para 7,25 % - a mais baixa dos últimos 14 anos e uma das mais baixas da história - ainda convive com exageros no cartão de crédito - disse.

Ela observou que as recentes reduções da taxa de juros dos cartões de crédito, anunciadas por bancos bancos oficiais e privados, ainda não foram suficientes para trazer para "níveis civilizados" o preço pago no Brasil pela utilização do chamado dinheiro de plástico.

Como exemplo das distorções elevadas do setor, Ana Amélia citou o caso do preço à vista de R$ 20 de uma blusa, que pode atingir R$ 175,60, caso o consumidor use o limite do cartão de crédito como opção de compra.

Ana Amélia informou ainda que apresentou requerimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para a realização de audiência pública sobre o problema para cobrar explicações dos representantes de bancos, das empresas de cartões de crédito e também do Banco Central.

A senadora manifestou preocupação com o elevado nível de endividamento das famílias brasileiras, sobretudo nas classes C e D. Ela alertou para a necessidade de se aprimorar a relação entre as instituições financeiras e os consumidores brasileiros. De acordo com a senadora, muitos bancos no país têm se negado a conceder crédito a clientes que tiveram problemas de inadimplência no passado, mesmo que já tenham regularizado a sua situação financeira.

Municípios

Ana Amélia defendeu ainda a compensação pelo governo federal das perdas de arrecadação impostas a estados e municípios em razão das medidas de desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) recentemente implementadas.

Segundo ela, caso o governo federal não faça a compensação, muitos prefeitos, em razão da perda de receita, poderão ter dificuldades em cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.



11/10/2012

Agência Senado


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