ESTEVÃO CRITICA JUROS DE 12% PARA CRÉDITO EDUCATIVO



A iniciativa do ministro da Educação, Paulo Renato Souza, de reabrir o crédito educativo para 200 mil estudantes foi elogiada nesta quinta-feira (dia 20) pelo senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Ele criticou, no entanto, os juros de 12% que serão cobrados aos beneficiários, por entender que os juros nesse patamar "praticamente inviabilizarão o pagamento do empréstimo". - Os estudantes, que em média levam 60 meses para se formar, acabarão tendo que devolver o triplo do que receberam aos cofres públicos - afirmou o senador.Para Estevão, se, por um lado, a retomada do crédito educativo, que estava suspenso há cerca de dois anos, "merece o apoio da totalidade dos 81 senadores", é preciso que se estabeleçam índices mais razoáveis para os juros. O senador lembrou que é autor de um projeto que reduz esse percentual para 3%, além de ampliar o prazo para o seu pagamento.- Crédito educativo não é financiamento, mas investimento social - disse.A recente mudança nos critérios para a cobrança de impostos às instituições filantrópicas, que segundo o senador contribuirá para a redução do número de bolsas de estudo e para a má qualidade do ensino público, leva à necessidade de criação de alternativas para permitir que o estudante pobre possa freqüentar a universidade. Por isso, também, Estevão defendeu outro projeto que apresentou, permitindo que o estudante pague o empréstimo do crédito educativo com o seu futuro Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em aparte, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) concordou com Estevão e ressaltou que o crédito educativo está retornando em um momento oportuno, já que, em conseqüência das dificuldades do atual quadro social, 20 a 30% dos estudantes estão se vendo obrigados a abandonar seus cursos. Também o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) destacou o acerto da iniciativa. Ele entende que a melhor maneira de se refrear o crescimento da violência, "que dobrou nos últimos meses em Goiás, é justamente tornando a educação acessível à sociedade".O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) incorporou-se aos que aplaudiram a retomada do crédito educativo e lembrou que está tramitando no Senado projeto dele que permite ao estudante que se utilizar do benefício pagar sua dívida depois de formado por meio da prestação de serviços.

20/05/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


LUIZ ESTEVÃO FIXA JUROS PARA PAGAMENTO DE CRÉDITO EDUCATIVO

LUIZ ESTEVÃO FIXA JUROS PARA PAGAMENTO DE CRÉDITO EDUCATIVO

TEBET CRITICA REGRAS DO CRÉDITO EDUCATIVO

Ana Amélia critica juros 'exorbitantes' dos cartões de crédito

Roberto Cavalcanti critica juros cobrados por cartões de crédito

COMISSÃO APRECIA CRITÉRIOS PARA CRÉDITO EDUCATIVO