Ana Amélia destaca abnegação de Bento XVI



Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (14), a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que a renúncia do Papa Bento XVI, anunciada no início da semana, deve gerar uma reflexão também na política. Ela citou um artigo de Ives Gandra Martins, publicado pela Folha de S. Paulo, em que o jurista católico diz que o gesto do Papa mostra que, ao contrário do poder humano, o poder da igreja é só de servir, pois impõe a disponibilidade total para quem ocupa o cargo de liderança eclesiástica.

- Bento XVI deu essa demonstração: de que é desapegado do poder. Foi um gesto de humildade – afirmou a senadora.

A senadora também relatou ter visto em redes sociais uma referência à renúncia de Bento XVI com a passagem bíblica em que Moisés passou a liderança do povo judeu para Josué – na missão da entrada em Canaã. Moisés liderou o povo, mas não entrou na terra prometida, tarefa que foi cumprida por Josué. Para Ana Amélia, o gesto do Papa foi de absoluta abnegação.

Na visão da senadora, a Igreja Católica está diante de grandes dilemas e deve enfrentar o desafio de contrapor os valores do consumismo e do hedonismo com os valores humanos, a tolerância, a fraternidade e o respeito ao próximo.

Balança comercial

No mesmo discurso, Ana Amélia fez uma defesa das empresas nacionais, lamentando o resultado da balança comercial no acumulado deste ano, que está negativo em US$ 4,7 bilhões. A senadora ressaltou que, importando mais que exportando, o Brasil ajuda a criar empregos em outros países.

- Estamos aumentando o perigoso desequilíbrio comercial. E isso é perigoso para a economia brasileira – alertou.

A senadora disse que cereais, adubos, fertilizantes e combustíveis estão entre os produtos mais importados. Ela acrescentou que a balança só não é pior por conta do desempenho do agronegócio e aproveitou para defender mais recursos orçamentários para o setor pecuário. Segundo Ana Amélia, um estudo recente apontou que problemas de infraestrutura, alta carga tributária e dificuldades de acesso ao crédito estão entre as principais reclamações das empresas brasileiras.

Ana Amélia observou que não é contra os produtos importados, mas sim contra a concorrência predatória, que vem dificultando o desempenho das indústrias brasileiras. A intenção do governo de criar um ministério para as micro e pequenas empresas, comentou a senadora, não é suficiente para resolver a situação.

Para Ana Amélia, é preciso incrementar políticas claras e pontuais de defesa do mercado doméstico, com incentivo à inovação e ao aumento de produtividade.

- Se não for essa a escolha, o resultado será números medíocres da nossa balança – concluiu.



14/02/2013

Agência Senado


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