Ana Amélia pede atenção especial ao Plano Nacional de Educação



A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse, nesta segunda-feira (15), que o Senado deve dar atenção especial ao projeto do novo Plano Nacional de Educação (PNE). Para ela, o Plano (PLC 103/2012) e a proposta que destina os royalties do petróleo à educação e à saúde precisam do "olhar atento e responsável" do Parlamento para incentivar a formação profissional e continuada de professores e profissionais da educação em geral.

- Com avaliações e acompanhamentos periódicos e individualizados com todos os agentes envolvidos na educação: estudantes, professores, profissionais e gestores - completou.

O novo PNE, enviado pelo governo ao Congresso, em 15 de dezembro de 2010, para vigorar entre 2011 e 2020, apresenta 10 diretrizes e 20 metas para todos os níveis de ensino, seguidas de estratégias para que o acesso à educação de qualidade se amplie e se fortaleça no país, com bases estabelecidas no Plano de Desenvolvimento da Educação, como destacou Ana Amélia.

O PLC 103/2102 foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em maio, com parecer favorável do relator José Pimentel (PT-CE), e se encontra em exame na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A matéria consta da pauta prioritária da Casa e deve ficar na ordem do dia para ser votada em agosto.

A senadora apontou ações importantes para dar força de lei ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb),  para avaliar a qualidade da educação no país, caso da expansão do estágio; ampliação da oferta de matrículas gratuitas em entidades particulares de ensino e do financiamento estudantil; e investimento na expansão e na reestruturação das redes físicas e em equipamentos educacionais (transporte, livros, laboratórios de informática, redes de internet de alta velocidade e novas tecnologias).

- A universalização e a ampliação do acesso e atendimento em todos os graus educacionais são metas ambiciosas e necessárias, assim como a destinação de royalties do petróleo para a educação foi decisão tomada pelo Congresso Nacional - disse.

Jovem paquistanesa

A senadora iniciou o pronunciamento destacando o recente discurso, na Organização das Nações Unidas (ONU), da adolescente paquistanesa Malala Yousafzai. Em outubro do ano passado, Malala foi baleada na cabeça por integrantes do Talibã, por defender a educação das mulheres. Ela completou 16 anos no mesmo dia do evento na ONU (12).

Pela "relevância e simbolismo" de Malala, Ana Amélia decidiu apresentar requerimento à Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), para que a jovem seja convidada a participar de audiência no Senado.

Ana Amélia lembrou que foi necessária uma mobilização internacional para que a jovem recebesse tratamento em hospitais da Inglaterra. Depois da tentativa de assassinato, a ONU decidiu criar o “Dia de Malala”, como marco de uma campanha para garantir a educação gratuita e obrigatória de todas as crianças. No discurso na ONU, Malala disse que o dia devia ser dedicado não a ela, mas a todas as mulheres, jovens e demais pessoas que lutam por seus direitos. A adolescente acrescentou que a ameaça do Talibã tinha falhado ao tentar calá-la.

- Creio que o depoimento recente da menina, que recém completou 16 anos, tem um marco especial, humano e muito simbólico, sobretudo em tempos de turbulência política e econômica, inclusive aqui no Brasil. Em plena era digital do século 21, talibãs não querem meninas na escola.

Ana Amélia comparou o discurso de Malala – focado na compaixão, na solidariedade e na harmonia – às lições de Maomé, Jesus Cristo, Buda, Martin Luther King, Nelson Mandela e Muhammad Ali.

- Como disse a jovem, os extremistas têm medo dos livros e das canetas. O poder da educação os assusta e eles têm medo das mulheres, sobretudo das que querem aprender. O poder da voz das mulheres os apavora. É por isso que eles atacam escolas todos os dias; porque têm medo da mudança, da igualdade que se busca em nossa sociedade.



15/07/2013

Agência Senado


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