Ana Rita mostra preocupação com avanço da Aids entre jovens
A senadora Ana Rita (PT-ES), em discurso nesta sexta-feira (2), registrou a passagem do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado anualmente em 1º de dezembro. Para a parlamentar, apesar do avanço do Brasil -considerado uma referência no combate à doença pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) - ainda é preocupante a elevação do número de contágios entre os jovens.
- Os novos casos estão concentrados na idade de 15 a 24 anos, quer dizer, nossa juventude está assumindo comportamento de risco e, com isso, impedindo que nosso país reduza a presença do vírus em nossa população - disse Ana Rita.
Além dos jovens, a senadora também demonstrou preocupação com o aumento da incidência entre as mulheres. Embora o número de homens infectados ainda seja superior ao de mulheres, Ana Rita alertou para a redução dessa diferença.
- Em 1989, a razão de homens infectados comparados às mulheres era de seis para cada mulher e passou [de seis] para 1,7 [mulheres] no ano de 2010. Observamos que a proporção de mulheres infectadas está quase dobrando e isso é muito preocupante - disse.
A despeito disso, a estimativa de pessoas infectadas pelo HIV no Brasil permanece estável em cerca de 0,6% da população, enquanto a incidência - ou seja, novos casos notificados - caiu de 18,8 para cada 100 mil habitantes, em 2009, para 17,9 para cada 100 mil habitantes, em 2010.
Ana Rita atribui o resultado à ampliação dos investimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) na prevenção, tratamento e qualificação dos profissionais de saúde.
- Em 1996, o Brasil se tornou o primeiro país em desenvolvimento a se comprometer com o acesso gratuito e universal aos remédios contra a Aids. Desde então, o programa, que até 2006 tinha proporcionado tratamento a 180 mil brasileiros, se transformou num modelo para outros países - destacou.
Preconceito
Ao elogiar o slogan escolhido pelo Ministério da Saúde para a campanha deste ano: "A Aids não tem preconceito. Previna-se", a senadora ressaltou ainda que o preconceito e a discriminação contra as pessoas vivendo com HIV/Aids são as maiores barreiras no combate à epidemia.
- Todos precisam se proteger. Não há grupos de risco, como durante anos se solidificou na crença popular; o que existe são comportamentos de risco - afirmou.
Emenda 29
Em aparte, o senador Wellington Dias (PT-PI) elogiou a reflexão sobre o tema e ressaltou a necessidade de governo e oposição encontrarem uma solução adequada para a regulamentação da Emenda 29 , em pauta no Senado.
- Acho que temos que sair dessa onda de votar de qualquer jeito. Acho que tem que votar encontrando uma solução e, para mim, a solução é [encontrar] as condições de mais recursos [para a Saúde] - disse.
02/12/2011
Agência Senado
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