Antecipado prazo para fim das queimadas nos canaviais



Serra participou da assinatura de protocolo no Palácio dos Bandeirantes, na capital

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Atualizada às 15h32

Os representantes de 13 mil fornecedores do setor sucroalcooleiro aderiram ao Protocolo Agroambiental, um dos 21 itens do pacote de projetos ambientais lançado em abril do ano passado pelo Governo do Estado. O acordo antecipa os prazos para o fim das queimadas nos canaviais do Estado de São Paulo e estipula ações de sustentabilidade ambiental. O documento foi assinado, nesta segunda-feira, 10, pelo governador José Serra e o presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Ismael Perina Júnior, no Palácio dos Bandeirantes, na capital.

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O governador José Serra lembrou que, pela lei atual, o prazo previsto para a eliminação das queimadas em áreas normais é 2021. “Nós reduzimos para 2014. E, pelo que foi dito aqui, dá até para antecipar isso”, disse durante discurso o governador José Serra. Segundo sugeriu o secretário do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, o Estado pode reduzir em dois anos esse prazo. Ou seja, já em 2012 São Paulo pode contar com o fim da queima da palha de cana-de-açúcar.

A expectativa da indústria, observou Graziano, é de que sejam colhidos sete milhões de hectares em 2014 – em 2006 foram 3,4 milhões de hectares. “Se chegarmos a esses valores, queimaremos 3,8 milhões de hectares. Um número inaceitável. É um terrível problema ambiental”, disse. Para contornar a situação, em junho do ano passado o Governo do Estado assinou o mesmo protocolo de cooperação, desta vez com produtores de cana representados pela Unica (União das Indústrias de Cana de Açúcar).

Resultados

Até agora, 141 das 170 indústrias do setor aderiram ao acordo. Os resultados vieram imediatamente, conta o secretário. “Conseguimos reduzir a área queimada no Estado em 109 mil hectares no primeiro ano do funcionamento deste acordo de conduta ambiental. Ao mesmo tempo, a área colhida aumentou em 548 mil hectares”, disse Graziano. Segundo ele, hoje o Estado colhe 47% da cana-de-açúcar de forma mecanizada, sem queimadas. “Bom para o meio ambiente, bom para a saúde”, concluiu.

Os fornecedores representam 25% da produção total de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo. Com esta adesão, toda a linha de produção de açúcar e álcool do Estado passa a ser coberta pelo Protocolo Agroambiental. São Paulo tem a maior área plantada de cana de açúcar do Brasil: os fazendeiros paulistas são responsáveis por 72,4% da produção nacional de etanol e líderes nas exportações brasileiras do setor com US$ 5,65 bilhões em vendas externas somente em 2006.

Presenças

O evento contou com a presença do vice-governador e secretário do Desenvolvimento, Alberto Goldman, e do presidente do IBAMA, Bazileu Alves Margarido Neto, além do presidente da Única, Marcos Sawaya Jank.

Manoel Schlindwein

(I.P.)



03/10/2008


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