Antero diz que Diniz esteve com bicheiro em 2003



A informação de que o ex-subchefe da Casa Civil Waldomiro Diniz teria se encontrado mais de uma vez, em 2003, com o bicheiro Carlos Cachoeira, veiculada pela jornalista Dora Kramer em sua coluna "Coisas da Política", do Jornal do Brasil, torna sem fundamento, segundo o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o argumento de que teriam ocorrido apenas antes da posse do atual governo as negociações entre o bicheiro e o antigo colaborador do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.

- Se isso é verdade, cai por terra a linha de defesa do governo, segundo a qual a relação do ex-assessor com o senhor Cachoeira se restringiu ao ano de 2002 e seria, portanto, anterior à sua passagem pelo governo Lula - disse Antero.

O senador solicitou a transcrição noa Anais do Senado do artigo de Dora Kramer, segundo o qual o Ministério Público, embora ainda investigue o motivo, já teria provas de que, durante o ano passado, Waldomiro Diniz teria se encontrado mais de uma vez com Carlos Cachoeira. A jornalista informa ainda que os procuradores buscam detalhes sobre a movimentação de Diniz na área de bingos e loterias, "em tese estranha às suas atribuições funcionais de assessor parlamentar do Palácio do Planalto".

Procurador

Antero citou ainda entrevista sobre o episódio de Waldomiro Diniz concedida ao jornal Estado de S. Paulo pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. Na entrevista, Fonteles disse não ter ficado surpreendido pelo episódio em que o ex-assessor de José Dirceu teria solicitado propina ao bicheiro Carlos Cachoeira. "É o lado dark do ser humano", definiu. Em outro trecho, questionado se ele se sentiria à vontade para representar contra Dirceu, assegurou que entraria com uma ação "contra qualquer pessoa".

Por fim, o senador registrou a reportagem "O Brasil entre os piores do mundo", publicada pela revista Veja, segundo a qual os empresários brasileiros enfrentam obstáculos como a lentidão da Justiça, a burocracia e o incentivo à corrupção. "O artigo mostra que o governo Lula deveria começar pela limpeza da selva burocrática brasileira, antes de tentar reformar o mundo, com uma proposta de redesenhar a geografia do comércio e da política internacionais", recomendou.



20/02/2004

Agência Senado


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