Presidente da CEF diz que não esteve com Waldomiro Diniz
Em depoimento na Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, disse que em nenhum momento esteve com Waldomiro Diniz, e que se o ex-assessor do Palácio do Planalto esteve na Caixa antes ou depois da renovação do contrato com a GTech, "foi para tratar de assuntos profissionais com os servidores, já que ele pertencia à Casa Civil da Presidência da República".
Ao responder ao líder da Minoria no Senado, Efraim Morais (PFL-PB), Mattoso disse também que todas as negociações envolvendo a prorrogação do contrato com a GTech foram realizadas nas dependências da Caixa Econômica Federal e envolveram apenas os negociadores de ambos os lados, "e que em nenhum momento houve a participação de qualquer intermediário, incluindo o senhor Waldomiro Diniz".
Jorge Mattoso revelou ainda aos membros do colegiado que a GTech nunca apresentou à direção da Caixa Econômica a sua planilha de custos, o que considerou grave. Mas admitiu que, pela primeira vez, a Caixa renovou um contrato que resultou na redução da ordem de 15%, com uma economia estimada em cerca de R$ 100 milhões.
- Em nenhum momento, inclusive em governos passados, foi feito uma redução no aditamento de um contrato envolvendo a GTech - informou Jorge Mattoso.
Mattoso salientou que se a GTech abandonasse a CEF, "teríamos o fim do atendimento dos mais de nove mil lotéricos espalhados por todo o país que prestam, inclusive, serviço bancário e social, como o pagamento de programas Bolsa-Escola e Auxílio Gás".
A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) enalteceu as explicações do presidente da CEF, enquanto o senador Luiz Otávio (PMDB-PA) classificou de "histórica" a reunião do colegiado, observando que se os esclarecimentos oficiais fossem feitos há mais tempo, "o assunto não teria tomado os rumos que tomou e nem teria maiores repercussões na imprensa".
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) também concordou com as colocações de Luiz Otávio e indagou ao presidente da CEF se a instituição teria todas as condições técnicas em assumir os serviços prestados pela GTech ao final da prorrogação do contrato de 25 meses. Em resposta, Jorge Mattoso informou que a CEF já realiza todo o processamento das apostas, mas admitiu que a instituição não deve se preocupar com a manutenção de equipamentos, serviço que, a seu ver, deve ser terceirizado, como é atualmente.
Já a senadora Heloísa Helena (sem partido-AL) disse que a Caixa Econômica Federal poderia romper o contrato com a GTech "em nome do interesse público, sem a paralisação dos serviços".
23/03/2004
Agência Senado
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