Antero volta a pedir CPIs dos Bingos e do caso Waldomiro Diniz
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) voltou a defender nesta sexta-feira (19) a instalação das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) dos Bingos e do caso Waldomiro Diniz. O motivo é que, segundo ele, "está claro" que foi a Associação Brasileira de Bingos (Abrabin) que copiou, no ano passado, o anteprojeto elaborado pelo Ministério do Esporte sobre a regularização dos bingos em todo o país.
- Cabe indagar se o Ministério do Esporte também mandou à Abrabin cópia do anteprojeto que encaminhou à Casa Civil da Presidência da República em junho de 2003. Se mandou, por que o fez? Se não mandou, como foi que a cópia do documento chegou às mãos da associação? Teria sido alguém da Casa Civil? Teria sido o Waldomiro Diniz? - indagou Antero Paes de Barros.
Para o senador, se houve vazamento de informação da proposta do Ministério do Esporte, "é um fato grave que precisa ser devidamente apurado". Afinal de contas, observou Antero Paes de Barros, "se o presidente Lula considera a atividade do jogo tão nociva à sociedade quanto a prostituição infantil, é fundamental que se apure essa relação promíscua entre integrantes do governo e a entidade que representa as casas de bingo".
Depois de estranhar, apesar das evidências, que o Ministério do Esporte tenha contestado a semelhança entre o anteprojeto oficial e a proposta sobre a regularização dos bingos elaborada pela Abrabin, e enviada a autoridades, parlamentares e entidades de classe, Antero Paes de Barros informou que os dois textos são semelhantes em nada menos do que 70%. Por isso, observou, "é preciso saber quem tirou quem para dançar".
Antero Paes de Barros também comentou matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo desta sexta-feira (19) dando conta de que Rogério Buratti, que está sendo investigado sob suspeita de envolvimento no caso Waldomiro Diniz, trabalhou com o atual chefe da Casa Civil, José Dirceu, quando este era deputado estadual, em 1987. Buratti, segundo o senador, também trabalhou, nos anos 80, com o atual presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha. Para o senador, "essas situações precisam ser apuradas por uma CPI".
19/03/2004
Agência Senado
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