Antero diz que financiamento público de campanha tem de prever punições severas



O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) sustentou da tribuna que o financiamento público de campanhas eleitorais, já aprovado pelo Senado e em discussão na Câmara, deve ser acompanhado de punições severas para os políticos e empresas que usarem dinheiro privado em eleições. Ele lamentou que o -coração da reforma política já votado pelo Senado- não esteja prevendo punições e defendeu que os deputados coloquem as penas no projeto. - Defendo que o político flagrado usando dinheiro privado em campanha seja simplesmente punido com a inelegibilidade. As empresas apanhadas financiando campanhas ficariam inabilitadas para tocar obras públicas, sendo cassado até mesmo seu registro de funcionamento - disse. Antero de Barros saudou o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães, por ter colocado na reunião do partido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quinta-feira (15), a necessidade da reforma política. -Fico feliz que o presidente tenha aceitado colocar esta reforma na pauta e prometido apoiá-la-, disse. A população tenderá a questionar o uso de dinheiro público, repassado aos partidos, para financiar campanhas, prevê Antero. No entanto, -os parlamentares devem ter a coragem de dizer que esse é o melhor caminho-, porque dará condições de igualdade aos candidatos ricos e pobres. Para o senador, o atual sistema -também é de financiamento público-, porque as empresas que jogam dinheiro em campanhas acabam recebendo de volta dos contribuintes, seja por aumento de preços ou de benefícios dos governantes que ajudaram.

Algumas propostas que constarão da reforma política, alertou o senador Antero Paes de Barros, não podem ser -as idéias de quem está no poder no momento-, entre elas a fidelidade partidária. -Fidelidade partidária em torno daquilo que for definido pelo partido em convenção, e não fidelidade dependente dos humores do dirigente daquela hora-, sustentou. Antero acredita que a reforma acabará com -o troca-troca de partido pelos parlamentares- e ela é um dos caminhos para que o Congresso -recupere sua credibilidade-.



16/05/2003

Agência Senado


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