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Na avaliação de Antero, já faz parte do passado a imagem de um presidente Lula como líder da América do Sul. Ele comentou que o presidente brasileiro está chegando "de cabeça baixa" à reunião que discutirá a decisão da Bolívia de nacionalizar o petróleo e o gás daquele país.

- Quem poderia imaginar, com as potencialidades que nós temos, que em um encontro entre Brasil, Bolívia, Venezuela e Argentina o presidente do nosso país chegaria lá de cabeça baixa? O governo brasileiro foi para a reunião de cócoras, ajoelhado. Diante dessa crise, Lula, que é liderado por Chávez, age como boliviano. Coloca todo o PT para defender a Bolívia e atentar contra os interesses nacionais - afirmou Antero.

O senador pelo Mato Grosso apelou ao governador do seu estado, Blairo Maggi, para que não se omita diante da crise gerada pela decisão da Bolívia, já que Cuiabá recebe parte do gás boliviano. Antero lamentou que empresários paulistas já tenham anunciado o adiamento de investimentos que fariam, em virtude da possibilidade de uma crise energética.

Antero Paes de Barros opinou que uma das saídas para Mato Grosso é o governo federal autorizar a produção de biocombustível a partir da soja, do algodão e de outras oleaginosas. Outra alternativa, acrescentou, seria a construção de um poliduto para transportar a produção local de álcool e biodiesel até os centros consumidores do país e de exportação.

Crise

Além de ampliar as alternativas energéticas do Brasil, a utilização de outras oleaginosas para a produção do biodiesel e a construção do poliduto, segundo Antero, serviriam para resolver a crise que atinge o agronegócio brasileiro, em especial o mato-grossense. Ele informou que há duas semanas os produtores estão bloqueando as principais rodovias do estado com o objetivo de chamar a atenção para os problemas que os agricultores estão enfrentando.

Apesar das inúmeras mobilizações já realizadas, explicou Antero, o governo federal não está dando atenção ao problema. Ele disse que o menosprezo com a agricultura é tanto que o Banco Central demorou mais de 20 dias para baixar as primeiras resoluções em cumprimento do anúncio feito pelo governo de que adiaria a cobrança das dívidas dos produtores com o setor público.

- Ainda hoje, o BNDES precisa regulamentar o assunto através de portaria, jogando para 2007 o pagamento das parcelas referentes aos empréstimos que fazem parte do programa Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras) - declarou Antero.

Em aparte, o senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) disse que, em virtude do protesto dos produtores do Mato Grosso, o estado hoje está com 80 prefeituras fechadas e 28 pontos de estradas bloqueados.

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