Antero registra falecimento do cineasta sueco Arne Sucksdorff
Antero lembrou que Sucksdorff, que morou durante mais 30 anos em Cuiabá, viveu por dois anos no Pantanal, como índio, "abandonando o cinema para viver como se estivesse num filme". Nascia então, disse o senador, "uma outra carreira brilhante, a de ecologista". Sucksdorff, recordou, foi um ardoroso defensor do Pantanal, muito antes do boom do ambientalismo, da década de 80. Essa paixão pela natureza levou a imprensa brasileira a chamá-lo de o viking das selvas - disse o parlamentar.
Enquanto morou em Cuiabá, acrescentou o senador, Sucksdorff liderou movimentos em favor do Pantanal, fotografou, registou imagens e denunciou toda e qualquer agressão àquele ecossistema. O acervo completo dos trabalhos fotográficos de Sucksdorff encontra-se atualmente no Museu da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso, fundado em 1995.
De acordo com o senador, Sucksdorff realizou a mais importante coleção iconográfica a respeito do Pantanal e foi devido ao seu premiado livro Pantanal, Paraíso Perdido, no início dos anos 80, que o mundo conheceu as belezas de uma das mais ricas biodiversidades do planeta.
Sucksdorff, antes de chegar ao Brasil, em 1962, já havia realizado 15 longas e diversos curtas metragens, tendo recebido um Oscar de melhor documentário com o filme Ritmo da Cidade; uma Palma de Ouro no Festival de Cannes por A Grande Aventura, e o prêmio de melhor filme do Festival de Veneza, pela realização de O Vento e o Rio.- O Brasil infelizmente pouco conheceu Sucksdorff. Essa injustiça talvez esteja sendo corrigida com o lançamento do filme Uma Vida Dividida, que conta parte da vida do cineasta, fotógrafo e ecologista - disse o senador.As cinzas de Sucksdorff serão lançadas no Pantanal, conforme seu último desejo, informou o senador.
10/05/2001
Agência Senado
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