Antes do projeto, nada havia sido feito pela recuperação do São Francisco, destaca secretário



Ao apontar os avanços que as obras da transposição do São Francisco têm promovido no sentido da revitalização do rio, em sua avaliação, o secretário de Infra-Estrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, João Reis Santana Filho, afirmou nesta quinta-feira (14) que o rio vem sendo vilipendiado há séculos devido às demandas do processo de desenvolvimento do Brasil. Porém, de acordo com ele, antes do projeto e da polêmica gerada por ele, nada havia sido feito pela recuperação do rio.

- Saio até da minha secretaria se alguém me provar que antes desse projeto alguém já havia realizado alguma coisa pela revitalização do São Francisco. Agora, não existe estudo somente. Estamos tratando os resíduos sólidos: 164 cidades já estão recebendo esgotamento sanitário. As matas ciliares também estão sendo tratadas, assim como os canais de navegação - disse.

O secretário também informou que o governo seguiu à risca os 36 Programas Básicos Ambientais (PBAs) enviados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e atendeu a exigências que incluem educação ambiental, proteção da fauna e da vegetação e defesa dos sítios arqueológicos, além do cumprimento do plano de desenvolvimento urbano das cidades ao longo da calha.

João Reis Santana Filho criticou a ausência de dados concretos no debate sobre o projeto e colocou as informações técnicas do ministério à disposição dos interessados. De acordo com ele, o projeto, mais que tratar de transposição, promove a interligação das bacias existentes para fazer com que todos os reservatórios do Nordeste tenham uma demanda crescente e, dessa forma, possam conferir garantia hídrica à população.

- Os excessos serão distribuídos pelos comitês gestores de cada estado. Que história é essa de ficar dizendo que a água vai para produzir camarão ou melão? Não acredito em projetos que sejam antevistos por visionários ou madames beatrizes. Só acredito no que está escrito - disse.

O secretário frisou ainda que o projeto foi elaborado por um comitê multidisciplinar formado pelos Ministérios da Integração Nacional e do Meio Ambiente, por secretarias estaduais, prefeituras, sindicatos e sociedade civil organizada.

- Se alguém amanhã ou depois vier me dizer que essa água vai para o latifundiário ou para um poderoso chefão da indústria, eu vou ter que dizer que então eu desacredito no Brasil. [Pensar assim], É acreditar mesmo que neste país só tem corrupto - disse.



14/02/2008

Agência Senado


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