Antigo hotel será comitê de Serra
Antigo hotel será comitê de Serra
Prédio passará por reforma e terá salas para atendimento à imprensa, ao leitor e acesso à Internet.
As instalações do antigo hotel Continental servirão de comitê para a campanha do presidenciável do PSDB, senador José Serra (SP), no Distrito Federal. O prédio, que pertence ao grupo Naoum, foi alugado pelo partido e será demolido logo após as eleições.
Os dois andares e mais de 1.300 metros quadrados do prédio, que fica em frente a avenida W 3 Sul, estão sendo reformados há mais de dois meses. Muito menor e mais modesto que os três mil do presidente Fernando Henrique, na época de sua reeleição.
Por causa da legislação eleitoral, os tucanos dizem que, por enquanto, no antigo hotel funcionará uma filial da sede regional do partido. Porém, sua estrutura é realmente de um comitê. Nela, haverá salas dos candidatos a presidente, a vice e para os coordenadores de campanha. No antigo bar e restaurante, ficarão as instalações de imprensa. No térreo, funcionarão os comitês de mobilização, logística, atendimento ao leitor, marketing e promoção de eventos.
A novidade do comitê fica por conta da sala de Intenet, na qual o ex-ministro da Saúde poderá conversar, por meio de canal de bate-papo, com eleitores e jornalistas. Serão instalados ainda 60 troncos telefônicos, carpetes, computadores.
Segundo Henrique Caban, coordenador nacional da candidatura de Serra, o comitê "deverá ficar pronto em dez dias". "Existiam 40 banheiros e 33 salas. Tivemos de demolir muitas peças", disse.
Cada partido que integrar a aliança em torno do senador paulista ganhará uma sala no local. O aluguel do prédio custará R$ 20 mil por mês, além dos R$ 30 mil da reforma.
Sem-terra invadem fazendas em protesto contra prisão de Rainha
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) reagiu à prisão do líder José Rainha Jr. e invadiu ontem duas propriedades na região do Pontal do Paranapenama (extremo oeste de São Paulo).
Em Sandovalina (616 quilômetros de São Paulo), cerca de 150 pessoas, na avaliação da Polícia Militar, invadiram e armaram acampamento em uma área particular de pouco menos de dois hectares na divisa entre as fazendas Santa Fé e Vista Bonita.
O clima na região é tenso diante da invasão das duas propriedades e da possibilidade de ocupação de uma terceira, a Santa Helena.
Um líder do MST na região, Felinto Procópio, o Mineirinho, disse que as ações fazem parte da Jornada de Luta pela Terra e que a prisão de Rainha não vai impedir ações do movimento. Ele classifica como "cilada" a prisão de Rainha.
O capitão da Polícia Militar em Pirapozinho, Renato Ryukiti Sanumya, disse que oito carros foram enviados à região para acompanhar a situação. Ele teme que haja reação dos fazendeiros da região a uma tentativa de invasão.
Em Teodoro Sampaio (661 km de São Paulo), cerca de 80 sem-terra, segundo a PM, invadiram por volta das 8h a fazenda Galpão de Zinco, de propriedade de Maria Júlia Catarino Pereira.
Os invasores se concentraram em uma faixa de terra perto da porteira da fazenda, onde começaram a erguer um acampamento. A PM deslocou-se para a área no início tarde.
Por volta das 18h30 de ontem, uma marcha de sem-terra chegou a Guzolândia (576 km de São Paulo), onde promoveu uma manifestação em frente à fazenda do ex-ministro da Justiça Aloysio Nunes Ferreira.
O ministro, que estava na fazenda, chegou a conversar com os sem-terra, que deixaram o local pacificamente após o ato.
PT tenta conter ação do MST
O presidente nacional do PT, José Dirceu, reuniu-se na quinta-feira com a cúpula do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para tentar estabelecer uma convivência pacífica e evitar ações que possam prejudicar o partido eleitoralmente.
A reunião reservada foi uma tentativa de afinar os interesses do partido e com o dos sem-terra. As repercussões dos atos do movimento têm obrigado o PT a reafirmar posições de reforma agrária pacífica e de se posicionar sobre fatos relativos ao MST e seus líderes.
O encontro entre Dirceu e a cúpula dos sem-terra ocorreu no dia em que José Rainha Jr., um dos líderes do movimento no oeste de São Paulo, foi preso sob a acusação de porte ilegal de arma.
Petistas defendem que Rainha seja retirado do "foco" das ações do movimento. Avaliam que ele tem um pragmatismo que permite que regionalmente se alie até a integrantes de PSDB, PMDB e PFL. Mas na hora do desgaste político a carga fica restrita ao PT.
Um dos momentos de turbulência da candidatura de Lula à Presidência foi a invasão da fazenda dos filhos de FHC por integrantes do MST no dia 23 de março.
Cinco mil mortos ainda recebem salários da União
Despesa do governo com o pagamento dos servidores federais está estimada em R$ 82 milhões.
Um levantamento inicial feito pelos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e da Previdência e Assistência Social (MPAS) mostrou indícios de que cerca de cinco mil servidores federais mortos podem estar recebendo salários do governo federal. Os dados vêm de um cruzamento de amostras entre os Sistemas de Controle de Óbitos (Sisobi), do MPAS, com o de Administração de Recursos Humanos (Siape), do MPOG.
Os dois ministérios estão trabalhando em conjunto para combater fraudes no pagamento de
pessoal do serviço público. Segundo o ministro do MPOG, Guilherme Dias, com a integração dos dois sistemas o governo federal vai eliminar os pagamentos indevidos. A despesa da União com os salários dos cinco mil mortos está estimada em R$ 82 milhões.
A Secretaria de Recursos Humanos está distribuindo a listagem com o nome dos servidores aos 214 órgãos que fazem parte do sistema de pessoal civil para análise antes de cancelar os pagamentos. A medida serve para evitar que servidores vivos, com o mesmo nome dos mortos, fiquem sem salários. O prazo para regularizar a situação destes funcionários é 15 de maio, pois os pagamentos indevidos serão cancelados na próxima folha de pagamento.
O Sistema de Controle de Óbitos da Previdência Social, é abastecido com informações de mais de 7,7 mil cartórios em todo o País. Eles são obrigados por lei a comunicar os falecimentos ao órgão até o dia dez de cada mês para evitar que o morto continue recebendo benefícios após o óbito. O sistema tem hoje o nome de 142,4 mil nomes de pessoas com mais de 14 anos mortas.
Graças ao Sisobi, já foram cancelados ou suspensos os pagamentos de 34,6 mil benefícios, o equivalente à uma economia de R$ 4,6 milhões em pagamentos indevidos. No caso da Previdência, os benefícios das pessoas registradas no Sisobi são cancelados automaticamente.
Judiciário pode ter aumento
Os 80 mil servidores do Judiciário poderão receber reajuste salarial ainda este ano. A brecha para que os planos de carreira da categoria possam ser votados pelo Congresso Nacional foi aberta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao responder consulta formulada pelo deputado Wigberto Tartuce (PPB-DF), a pedido dos servidores da Justiça.
Parecer do ministro Fernando Neves, já aprovado pelo TSE, permite a concessão de aumento em período eleitoral, proibido pela Constituição Federal, com a liberação da reestruturação do plano de cargos e salários da instituição. A medida abre precedente para que outros servidores do Judiciário também sejam atendidos.
Caso o Congresso Nacional aprove os planos de cargos e salários dos servidores, a folha de pagamento do Judiciário terá um acréscimo de R$ 3 bilhões, ainda este ano. Isso implica em um aumento médio de 35%. No entanto, Tartuce explica que os parlamentares poderão aprovar a reformulação dos planos; conceder um reajuste de 5% em 2002, e pagar o restante no ano que vem. "Desta forma estaria atendida parte das reivindicações dos servidores, sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal", explica o deputado.
Para Tartuce, a resposta do TSE "abre caminho para a justa concessão de reajuste salarial aos servidores do Judiciário, há sete anos sem aumento". Na opinião do deputado, a exemplo do que ocorreu com os servidores da Câmara Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU), que tiveram os planos de cargos e salários aprovados, o mesmo pode ocorrer com os funcionários da Justiça.
Segundo o parlamentar, o reajuste de 5% que pode ser concedido ainda este ano, não onera o orçamento da União, uma vez que o aumento representará cerca de R$ 100 milhões a mais na folha de pagamento dos servidores. Vigão, que foi um dos principais artífices do aumento concedido em 1997, disse que vai lutar para que seja concedido pelo menos um reajuste de 5% aos servidores do Judiciário, este ano.
Aumenta o número de empresas fraudulentas
Estudo realizado no ano passado aponta o DF como uma das regiões preferidas pelos golpistas.
O número de empresas fraudulentas cresceu 13% no País, ano passado. Foram criadas 750 empresas que lesaram o mercado em, no mínimo, R$ 37 milhões. Isto levando-se em conta somente os títulos protestados em 2001. Os 9.765 cheques devolvidos – frutos de operações ilegais – não foram computados no levantamento feito pela empresa de informação de crédito SCI/Equifax.
De acordo com o estudo, nos últimos quatro meses do ano passado 10,2% das empresas fraudulentas em atividade no País estavam instaladas no Distrito Federal. No começo do ano, a região abrigava 2,3% destas empresas. Segundo o presidente da SCI/Equifax, Paulo Melo, o crescimento na região se deve a uma migração natural dos fraudadores. "Eles tendem a instalar as empresas em locais diferentes para driblar a polícia", explica Melo.
No entanto, embora a concentração de empresas golpistas esteja aumentando no Centro-Oeste isto não significa que as fraudes sejam realizadas aqui. "Muitas vezes elas fazem negócios com empresas mais distantes de onde estão pois a isto dificulta a checagem", afirma Melo. Ainda de acordo com ele, muitas delas não existem no endereço que fornecem.
Na maioria das vezes os fraudadores compram empresas desativadas para usar como fachada no golpe. Atualmente, existem cerca de 11 milhões de empresas registradas no País inteiro, mas somente 3,5 milhões estão ativas. Os golpistas compram um registro e começam a fazer compras.
"Eles tentam mostrar credibilidade no mercado nas primeiras transações pagando em dia os distribuidores. Isto facilita o golpe mais tarde", explica Paulo Melo.
Depois de ganharem a confiança do vendedor fazem um pedido maior e somem com a mercadoria.
Na quase totalidade dos casos, o prejuízo é irrecuperável. Normalmente, as empresas fraudulentas são desativadas entre 30 e 60 dias. "À vítima resta absorver o dano e, em muitos casos, reconstruir a própria empresa", afirma o presidente da SCI/Equifax.
Cuidados ao fechar um negócio
Truques de última hora para declarar o seu IR
Primeira coisa é escolher entre o modelo completo ou simplificado. Prazo termina na terça-feira.
Para quem não fez a declaração do Imposto de Renda ainda há tempo de fazer um planejamento tributário para que o imposto não pese tanto no bolso. Há caminhos que você pode trilhar para conseguir aliviar a mordida do leão. Fique atento às dicas.
A primeira coisa é definir qual o modelo de declaração que você vai optar. E para decidir entre o simplificado e completo é uma questão que depende apenas da quantidade de deduções que você tem a fazer. Se você teve muitas despesas com saúde, educação, Previdência Social, se paga pensão alimentícia ou se tem vários dependentes, é melhor o modelo completo, pois você pagará menos imposto.
Se você tem poucas despesas que podem ser deduzidas, opte pelo modelo simplificado, que possibilita a dedução de 20% de sua renda anual, desde que não ultrapasse o limite de R$ 8 mil.
Neste caso, não é preciso comprovar os gastos. "Se a pessoa tem despesas que podem ser deduzidas é melhor fazer o cálculo no modelo simplificado e no completo, para ver qual a base líquida menor que vai incidir o imposto", explica a auditora fiscal Clair Maria Rickmann.
Este é o segredo, pois quanto menor a base líquida (retirando as deduções), menos você desembolsará com o imposto. Se você é casado, em geral, é melhor fazer a declaração separado.
Mas se a um dos dois não trabalha, a opção mais adequada é fazer a declarar junto com o seu
cônjuge, porque dá para fazer a dedução com dependente (que tem limite de R$ 1.080 por pessoa).
Se o marido e a mulher trabalham, fazer a declaração em separado é vantajoso porque cada um poderá aproveitar o limite de isenção, de R$ 10,8 mil anuais. Se fizerem juntos, os rendimentos serão somados e a isenção será uma só. "Uma outra desvantagem é que a renda de um dos cônjuges pode ser com base na alíquota de 15% e, somada com a renda do outro, pode passar para a faixa de 27,5%", alerta Clair Rickmann.
Mais importante do que tudo é você organizar os documentos que comprovem seus rendimentos e despesas no ano de 2001 para não perder o prazo final da declaração do Imposto de Renda (terça-feira próxima). "Se organize para não fazer a declaração equivocada", orienta o advogado tributarista Guilherme Castelo Branco.
Gastos com dependentes aliviam imposto
Até quinta-feira última, a Receita Federal havia recebido a declaração de renda de cerca de nove milhões de contribuintes em todo o País. Para quem atrasa o pagamento do imposto (o prazo final da Receita Federal é terça-feira), a multa é de, no mínimo, R$ 165.
Se você ainda não fez sua declaração, procure maneiras de desembolsar menos. Em caso de separação do casal e em que o filho recebe pensão alimentícia, por determinação judicial, o melhor é declarar a pensão em separado, orientam os especialistas.
É a mesma situação dos cônjuges. Se somada renda da mãe ou do pai com a pensão alimentícia do filho, o valor a ser pago pode ser maior. Mas faça os cálculos para ver qual a situação seria mais vantajosa. Se você fizer a declaração incluindo a pensão do filho pode deduzir o limite de gastos por dependente, de R$ 1.080.
Você pode deduzir, além de despesas com os dependentes, despesas com educação, no limite de R$ 1,7 mil não só dos filhos. Se você estiver fazendo algum curso de especialização ou pós-graduação, por exemplo, pode fazer o abatimento.
Além do cônjuge, dos filhos e enteados, é permitido incluir pais, avós, bisavós como dependentes na declaração, desde que eles tenham recebido, no máximo, R$ 10.800 no ano passado. Mas antes de decidir pela inclusão de dependentes é preciso saber que, além das deduções, você terá de somar os rendimentos que eles eventualmente tenham aos seus. Ou seja, a soma pode fazer que você desembolse mais pelo imposto. Faça as contas na ponta do lápis para saber o que vale mais a pena.
Faça logo seu planejamento
Você sabia que é possível se organizar para pagar menos imposto de renda para o próximo ano?
É simples: se você planeja fazer um tratamento dentário ou um chek-up, faça até dezembro, pois assim estas despesas poderão ser deduzidas para o imposto do ano que vem, tendo como ano-base 2002.
Especialistas lembram, porém, que não se pode forjar nenhuma despesa para deduzir na declaração. Quem faz falsa declaração, lembra o advogado tributarista Guilherme Castelo Branco, pode ser enquadrado na lei de crimes contra a ordem tributária. A pena varia de dois a cinco anos de cadeia, mais multa.
E se você já fez a sua declaração e errou algum dado, ou mesmo esqueceu de fornecer alguma informação, pode fazer a declaração retificadora a qualquer tempo. O único alerta feito pelos especialistas é que se você errou e tiver imposto a pagar à Receita não deixe para fazer a retificação fora do prazo (depois de 30 de abril), pois se deixar passar pode desembolsar multa (juros e mais taxa selic) sobre o que deixou de declarar.
Serviço
Imposto de Renda: A declaração pode ser feita via internet no site www.receita.fazenda.gov.br; pelo telefone 0300-78-0300 ou ainda nos postos de atendimento da Receita Federal
Veja como pagar menos
Quem ganha mais deve fazer pelo modelo completo e concentrar os dependentes e despesas, mas só se a soma destas superar o limite do desconto-padrão (R$ 8 mil). Do contrário, é melhor que os dois optem pelo modelo simplificado
artigos
E se o Serra não ganhar?
Paulo Pestana
No tempo do onça se dizia que só depois de abrir se sabia o que sairia de barriga de mulher, cabeça de juiz e urna eleitoral. A ciência já se encarregou de esculhambar o dito com os exames de ultra-sonografia; agora são as autoridades que querem enterrar a frase. O senador José Serra tem que ganhar as próximas eleições. Antes da votação. Todas as decisões de boa parte da República são direcionadas única e exclusivamente de acordo com a movimentação do pré-candidato do PSDB – se for bom para Serra, ótimo; se não for, aborte-se. Até parte da imprensa aderiu à traslação que pretende facilitar a vida do senador paulista.
Não cabe discutir a competência de José Serra para administrar o País. É um político capaz, que se preparou para assumir a responsabilidade de substituir o amigo Fernando Henrique no comando da nação. A questão é que ele está sendo colocado como alternativa única para todos; não se está perguntando a opinião de ninguém. Como se tivesse direito à herança apenas pelo sangue azul.
As vítimas vão ficando pelo caminho, incluindo a suprema maldade de mantê-las insepultas, expostas à curiosidade alheia sem o benefício de um simples lençol, como se faz em defuntos frescos. E a truculência avança em vários flancos, como aquelas campanhas militares para arrasar adversários no menor tempo possível.
Independentemente da competência do candidato, de seu valor demonstrado numa bela gestão diante de um ministério problemático, fica no ar uma sensação de conspiração. Ele tem recebido boa ajuda dos adversários, como a declaração equivocada – até pelo absurdo da proposta – de Lula para aumentar ainda mais o Imposto de Renda, ou a aposentadoria precoce de Anthony Garotinho. Mas não é fácil explicar por que Ciro Gomes não pode, por decisão do TSE, aparecer no programa eleitoral de dois partidos que o apóiam e muito menos a porteira aberta pelo presidente do TSE ao afirmar que não há como impedir coligações brancas nas eleições, completando a linha de raciocínio que norteou a teoria da verticalização partidária.
Ou seja: não se trabalha com a hipótese de Serra não vencer as eleições, embora os empresários estejam se mostrando mais apreensivos com a ação dos companheiros do candidato do que antes.
É preciso não deixar crescer o sentimento de vale tudo. Mesmo com os trancos anteriores, a campanha de José Serra vai bem. Tem a melhor estrutura entre todos os candidatos, o poderoso PMDB ao lado e terá boa parte do PFL. O problema é que sua propagada obstinação pode se transformar num empecilho se não houver mudança de ritmo.
Colunistas
CLÁUDIO HUMBERTO
Lula faz ameaça à Globo
Luiz Inácio Lula da Silva e dirigenteNem é tão feia
Em entrevista à revista Excelência, recém-lançada em Brasília, a ministra Anadyr Rodrigues, corregedora-geral da União, admitiu que fica chateada quando a chamam de feia, mas divertiu-se contando que muita gente a procura para constatar: “a senhora não é tão feia assim...”
Arrumando a papelada
A Presidência da República pagará R$ 7.100,00 à empresa Grifo Projetos Históricos e Editoriais Ltda para realizar um “diagnóstico das atuais condições do acervo documental” do presidente. Ou seja, Fernando Henrique começou a arrumar a papelada e, claro, as gavetas.
Direito à cidadania
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) deseja acabar uma velha discriminação. Ele vai ao Tribunal Superior Eleitoral, esta semana, para pedir que os dez mil trabalhadores das plataformas petrolíferas não sejam novamente alijados da eleição. Ele quer que as urnas sejam levadas até a rapaziada.
Beleza roubada
Marta Suplicy assinou decreto autorizando um médico da prefeitura paulistana a participar, em Los Angeles (EUA), de um congresso sobre cirurgia plástica estética. Depois do estrago que lhe fizeram no rosto (logo ela, que disse ser possível “estar no poder e ser bonita”), a prefeita sabe bem a importância da qualificação, nessa área.
Mala sem alça
Aquele presidenciável chegado a genéricos deveria tomar Viagra na veia, para ver se sobe nas pesquisas.
Hay gobierno? Soy a favor
Para escolher a quem apoiar, na eleição presidencial, grande parte do PFL aguarda um sinal de Marco Maciel. Não é um reconhecimento à liderança do vice-presidente, mas à sua capacidade de pular certeiramente para o barco vencedor. Profissional do situacionismo, Maciel só apóia quem vai vencer. E raramente erra um prognóstico.
Pensando bem...
...pela docilidade em aceitar qualquer poderoso de plantão, de hoje em diante o vice se chama Marco Amaciel.
Franceses bobos
Povinho atrasado, o francês. Testou a urna eletrônica pela primeira vez na eleição presidencial. Foi no povoado de Mérignac, com 780 eleitores muito desconfiados. A tecnologia da France Telecom exigiu um cartão magnético, a leitura de impressões digitais etc. O sistema de eleição está previsto para 2007.
Benedita Doril
Mais uma dor de cabeça para a governadora do Rio: denúncias de rombo de quase R$ 200 milhões na Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), além de loteamento de centenas de cargos de filiados do PCdoB, sem a escolaridade exigida. Reduto do deputado Edmilso Valentim, ele é acusado de usar a gráfica da escola na campanha nacional do partido.
Contra-ataque tucano
Já há quem defenda, no PSDB, uma reação à subida de Lula nas pesquisas: patrocinar showmícios de Fafá de Belém na campanha do PT. A cantora ganhou fama (injusta) de pé-frio depois de participar da campanha de Tancredo Neves – que, eleito, sucumbiu na véspera.
A natureza agradece
Pela primeira vez uma pessoa jurídica é condenada no Brasil por danos ambientais, na 1ª Vara Federal de Criciúma (SC). A J. Bez Engenharia é acusada de extrair e depositar areia ilegalmente em área de proteção ambiental. Como uma empresa não pode ser presa (sem trocadilho), ela pagará multa, e o dono, Aroldo Bez Batti, prestará serviços comunitários.
No tempo das caravelas
Quem navega no site da Catholic Encyclopedia (newadvent.org/cathen/02745c.htm) descobre que o Brasil foi descoberto em 26 de janeiro por Vicente Pinzon, temos 20 estados, e mendigos (sic), analfabetos e soldados remunerados não podem votar. O mandato do presidente é de quatro anos e ele não pode se reeleger. Ah, bom...
Os nós da dança...
Tem tudo para ser anulado o concurso em março de 2001 do Teatro Municipal do Rio. As denúncias enviadas à governadora Benedita da Silva envolvem mudança extra-oficial de datas e anulação de prova para beneficiar bailarinas do teatro reprovadas. O diretor-artístico, Gustavo Molajoli, era também o presidente da mesa julgadora.
...e dos números
As denúncias envolvem também desvio do critério de avaliação da Fesp, que pediu sigilo a um bailarino reprovado por engano, e laudos médicos irregulares. Os funcionários querem auditoria independente que apure os salários de R$ 4 mil a servidores que só aparecem para receber, e R$ 150 mil pagos à russa Natalia Makarova, registrados como US$ 15 mil.
Poder sem pudor
Apoio pré-datado
Durante recente reunião da família Mesquita, em São Paulo, Marina (filha do saudoso Júlio de Mesquita Neto) ponderou:
– Precisamos pensar em apoiar o Lula. Quem sabe a esquerda só precisa de uma chance? A alternância é salutar e, afinal, nossa família tem uma história de compromisso com as liberdades democráticas...
– Concordo!... – exclamou Ruy Mesquita, tio de Marina, surpreendendo todo mundo, para ressalvar depois – ...mas só daqui a cinqüenta anos!
s do PT visitaram há dias o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho.
Segundo relato de um deputado petista, o encontro foi cordial, mas Lula colocou o dedo na ferida: “não quero privilégio; quero só igualdade de tratamento” (sobretudo em relação a José Serra, quis dizer). Mas fez uma ameaça nada sutil: “mesmo que eu perca, o PT elegerá uns cem deputados, prontos para votar a favor ou contra interesses de qualquer empresa.”
Editorial
O CANDIDATO MALEÁVEL
O candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República parece não ter tido tempo, nos últimos anos, para se debruçar sobre um dos principais problemas brasileiros, a carga tributária. Ele propõe nova alíquota do Imposto de Renda em 50%, acreditando que, desta forma simplista, estaria ajudando a distribuir melhor a renda no País. Não se sabe o que assusta mais: a proposta em si ou a indigência das idéias econômicas do candidato.
Luiz Inácio Lula da Silva não tem, como novamente candidato a presidente, direito de tentar afirmar que a declaração foi feita em sentido figurado. Ele está em campanha; não pode pedir votos, mas está apresentando propostas de governo. Maquiado por um marqueteiro, Lula não mudou o figurino de suas idéias. Pior, tem procurado esconder o que pensa e só faz declarações mais polêmicas quando comete destempero verbal.
O marketing político tem limites. Lula – assim como nenhum candidato – não pode ter um discurso para cada ocasião, moldável às situações. Ele tem falado generalidades, negado discursos do passado e apresentado mudanças de opinião como evolução. Todo brasileiro tem o direito de votar em Lula se concordar com suas idéias. Mas é preciso que ele as diga claramente, sem subterfúgios ditados pelo marketing político.
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04/28/2002
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