José Serra tem comitê vazio no Recife









Sede da campanha do tucano no bairro do Pina funciona sem música e com pouca militância

Faltando pouco mais de um mês para a eleição, o comitê central do presidenciável José Serra (PSDB) em Pernambuco, localizado no bairro do Pina, no Recife, ainda não se transformou no quartel general que a coligação União por Pernambuco apostava. A União é a aliança entre PMDB, PFL, PSDB e PPB que apóia a candidatura do governador Jarbas Vasconcelos à reeleição.

A movimentação no comitê é tímida. Nem de longe se compara ao entra e sai de militantes e correligionários nos outros comitês em busca de material de propaganda e dos preparativos para comícios e caminhadas dos candidatos.

Em frente ao comitê tucano, poucas pessoas usando camisas com os nomes dos candidatos e segurando bandeiras fazem o trabalho de divulgação. Quando o sinal de trânsito próximo ao prédio fecha, eles aproveitam para entregar o material de campanha e colar adesivos nos carros. Tudo acontece sem nenhum alarde e empolgação. Não há carros de som ou banda de música, reforçando o nome do presidenciável tucano. A coordenação promete colocar, em breve, música ao vivo (voz e violão) para atrair representantes de outros comitês da aliança de Jarbas Vasconcelos.

Por decisão da coordenação do comitê de Serra, a campanha do tucano está atrelada à do governador Jarbas Vasconcelos. A movimentação no comitê, que funciona das 8h às 20h, de domingo a domingo, gira em torno da agenda política do governador. "O material de propaganda de Serra é casado com o de Jarbas", informou o coordenador de Mobilização, Sávio Figueiredo. De acordo com ele, diariamente o comitê de Serra se informa da agenda política do governador-candidato para fazer o trabalho de mobilização e juntar a militância.

Sávio informou, ainda, que grande parte dos pedidos de material de propaganda é feita pela Internet à coordenação nacional do PSDB. "Os materiais vêm de São Paulo para o comitê distribuir. Também mandamos o endereço dos comitês em outros municípios para que o material seja enviado diretamente", explicou.

Ao ser indagado sobre a pouca movimentação no comitê, o coordenador informou que o pessoal estava na rua fazendo o trabalho de divulgação. "Não adianta estar todo mundo dentro do comitê. O pessoal está distribuindo o material nas principais vias da cidade", afirmou.


Estilistas criticam os candidatos
Papas da moda dizem que presidenciáveis se descuidam da elegância em aparições públicas

RIO - É uma caminhada aos trancos e barrancos. Na elegância. Desde que iniciaram a jornada rumo ao Palácio do Planalto, os quatro principais candidatos andam tropeçando no bom gosto. Sapato de fivela dourada, colarinho apertando o pescoço, calça amarfanhada e mocassim do tempo do onça são estilos politicamente incorretos que não escaparam a três papas da moda carioca convidados pelo GLOBO para analisar o figurino de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS), José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB).

Sem saber a quem pertenciam, o trio examinou fotos das roupas dos políticos e teve um veredito unânime: "Os políticos se vestem muito mal", diz Marco Sabino, de 49 anos, estilista de bijuterias e consultor de moda. "Mesmo com ternos de grife, a calça é comprida demais. A bainha fica amassada e achata a silhueta", diz Carlos Tufvesson, de 35 anos, o new darling da alta-costura. "Os candidatos derrapam terrivelmente nos acessórios", completa Beto Neves, de 38 anos, da grife Complexo B.

Na opinião dotrio, se fosse feito um ranking de quem erra mais, Garotinho ficaria em primeiro lugar. Na opinião de Beto, o candidato deveria mudar o cabelo, emagrecer e fazer uma plástica na papada. Em outra foto, Garotinho usa sapato marrom de fivela dourada, meia verde e calça cinza.

"A combinação é horrível. E o sapato parece falsificado", critica Sabino. No geral, os estilistas consideraram o candidato Ciro Gomes o mais elegante. Segundo eles, o candidato conta com o fato de ser o mais bonito dos quatro.

No quesito sapatos, ninguém escapou das agulhadas. O modelo inglês de cadarço usado por Serra até arrancou um elogio de Tufvesson. Mas, na opinião de Beto, é demodê: "Até se usa sapato de cadarço, mas com a frente mais longa. Na verdade, o figurino do Serra parece fake. As camisas têm o punho comprido demais e as gravatas são caretas.

Já Ciro dividiu opiniões por causa do calçado que usou para acompanhar uma calça da grife Banana Republic. Para Beto, o fato de o sapato estar gasto até pode ser relevado, pelofato de a roupa ser simples. Sabino é menos condescendente: lembra que políticos andam muito, mas que isso não justifica o desleixo.

Lula também anda se descuidando: numa das fotos, a perna da calça está comprida demais e a bainha entra no sapato. Em outra, o cinto, desgastado, fica por cima do cós, espremendo a barriga. Para Tufvesson, calças amarrotadas derrubam a imagem de qualquer um.


Senado tenta evitar fraude em pesquisa
Projeto impõe regras mais rígidas e penalidades maiores para responsáveis por divulgação

SÃO PAULO - As pesquisas que medem as intenções de voto do eleitorado podem ter regras mais rígidas em breve. Está na pauta da sessão plenária do Senado, o parecer do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que orientou a aprovação neste mês, em caráter terminativo, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), do projeto de lei do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) que determina maior controle sobre os resultados divulgados e sobre os institutos de pesquisa. Se em cinco sessões não houver recurso de pelo menos 10% dos senadores contra a decisão da CCJ, a matéria seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados.

De acordo com a proposta de Dutra, os institutos de pesquisas que manipularem resultados poderão perder o seu registro de funcionamento. Atualmente, as empresas que apresentarem falhas podem receber multas e o responsável pelo instituto pode ser condenado à pena de detenção, de seis meses a um ano, e ao pagamento de multa.

Para Dutra, a possibilidade de fechamento da empresa inibirá os proprietários a aceitarem propostas para fraudar dados, o que não aconteceria se o valor recebido por isso fosse maior que o da multa prevista na legislação.

O projeto também tipifica a fraude de maneira mais precisa. Pela proposta, pesquisas realizadas depois do encerramento do horário eleitoral gratuito (48 horas antes da realização do pleito) com índices que, comparados ao resultado da eleição, estiverem fora da margem de erro, serão consideradas fraudulentas, assim como aquelas que apresentarem falsificação do resultado e de informações prestadas à Justiça Eleitoral.

"Embora a legislação vigente disponha de mecanismos de controle sobre a produção e divulgação de pesquisas eleitorais, a cada nova eleição surgem denúncias do uso indevido de pesquisas na tentativa de conduzir a vontade do eleitor. Sabemos todos que a divulgação de pesquisas tem grande influência sobre a formação da intenção do voto, estimulando a prática do voto útil", afirma Simon no parecer da CCJ.

Para suprimir uma ambigüidade da legislação atual e garantir a aplicação da lei, a proposta de Dutra também sugere a alteração da expressão "responsável" por "entidades e empresas responsáveis pela execução da pesquisa e pela divulgação de seus resultados". Por fim, o projeto, aprovado por unanimidade na comissão, estabelece que a Justiça Eleitoral deverá decidir sobre o caráter fraudulento da pesquisa em tempo 50% inferior ao atual.

"O projeto inibe a atuação não apenas das empresas fraudulentas mas também das incompetentes, evitando a divulgação de levantamentos feitos com critérios não muito científicos", observa Dutra.


Crédito para universitário
Inscrição ao Fies começa nesta 2ª

BRASÍLIA - Começa nesta segunda-feira mais um período de inscrição para os universitários interessados em ingressar no Programa de Financiamento Estudantil, o Fies, do Ministério da Educação.

Para este semestre, estão previstas 40 mil novas vagas para alunos de cursos de graduação de cerca de 13 mil cursos, em mais de 1.200 instituições de ensino superior.

As instruções aos candidatos são dadas pelas faculdades inscritas no programa, que é financiado com recursos e exigências bancárias da Caixa Econômica Federal.

E a Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, substitutivo do Senado ao projeto de lei que estabelece na Lei de Diretrizes e Bases da Educação a divisão da responsabilidade pelo transporte escolar rural de estudantes do ensino fundamental entre estados e municípios.

Os estados ficarão responsáveis pelo transporte de estudantes da sua rede de ensino e os municípios se ocupam do transporte dos alunos de suas escolas, em ambos os casos exclusivamente da área rural.

O assunto será agora apreciado pelas comissões de Finanças, de Constituição e Justiça e de Redação.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Ondas eleitorais
Os eleitores já provocaram tantas ondas nessa longa maré em que se transformou a corrida presidencial, que ninguém deve se assustar com o que eles vão fazer no dia 6 de outubro, quando ficarem frente a frente com a urna eletrônica. Por enquanto observam a onda Ciro Gomes (PPS), que ameaça quebrar antes de chegar na praia, como as outras que a antecederam. A de Roseana Sarney (PFL-MA), quando ela se transformou na preferida de uma grande parcela do eleitorado para comandar os destinos da nação. E logo depois a de Anthony Garotinho (PSB). Aquela da ex-governadora do Maranhão desfez-se com o escândalo da Lunus e a do ex-governador do Rio de Janeiro durou pouco, apesar de ter feito bastante espuma por conta da força dos evangélicos que apóiam o candidato socialista. Mas desmanchou-se tão depressa quanto apareceu. Foi aí que muita gente pensou que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava surfando sozinho e que tudo seria fácil dessa vez. Aí apareceu Ciro na onda que cresceu, foi ficando, e quando já havia quase umacerteza de que Lula ia enfrentá-la no final, José Serra (PSDB) começou a se equilibrar numa marola. O vai e vem dos eleitores de um candidato para outro, provocando tantas ondas assim, mostra que eles ainda estão sem saber quem vão escolher para presidenOndas eleitoraiste, eleição. E tudo pode mudar ainda mais se eles retomarem a onda vermelha do PT, que fez o maior sucesso em 2000, quando o partido da estrela ganhou a eleição em mais de 100 cidades brasileiras. O que é pouco provável que aconteça, agora, um pleito completamente diferente, mas não impossível, pois essa palavra não existe no dicionário da política.

José Serra (PSDB) deve ter um tratamento diferente, quarta-feira, quando visita novamente o Recife. Como subiu nas pesquisas, seus aliados certamente vão desfilar ao seu lado, o que não aconteceu da última vez que passou por aqui

Cultura
Raul Jungmann (PMDB) inaugura seu site conversando sobre cultura com Guilherme Arantes e Lula Queiroga. A data do encontro não foi marcada, mas o endereço eletrônico do candidato a deputado federal é: www.rauljungman1500pe. can.br

Caminhada
Maurício Rands e Roberto Tenório, do PT, fazem caminhada em Arcoverde, nesse domingo, a partir das 9h. O primeiro em campanha por uma vaga na Câmara dos Deputados e o segundo disputando um mandato na Assembléia Legislativa.

Comitê
Amaury Pinto (PSB), candidato a deputado federal, inaugura seu comitê segunda-feira,
às 19h, na avenida Cláudio Gueiros Leite, Praia da Conceição, Paulista. O candidato a governador, Dilton da Conti, já confirmou presença.

Ação
Os advogados da União por Pernambuco estão preparando uma ação contra Carlos Wilson (PTB), para que o TRE retire toda a propaganda eleitoral do candidato a senador da Frente Trabalhista. Sob alegação de ele omite o nome do seu suplente, Luciano Bivar, do PSL.

Compra
Tem assessores de FHC tentando adiar a compra dos novos caças da FAB, de fabricação sueca, para evitar que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) explore o tema como vem fazendo com a plataforma que a Petrobrás comprou na Noruega. O que ninguém agüenta mais ouvir falar, diga-se de passagem.

Ficção
Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) é Super ACM no desenho animado criado para sua campanha ao Senado. Às vezes seu paletó vira uma capa de super-herói e ele sobrevoa Brasília perseguindo corruptos. Fantástica, a ficção.

Gravação 1
Os tucanos contam que foi muito engraçada a gravação do vídeo de José Serra, (PSDB) com Elba Ramalho, Chitãozinho & Xororó e a banda KLB na linha de montagem da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP).

Gravação 2
Porque os operários, que voltavam do almoço, correram para ver os artistas mas quando ouviram a música de Serra gritaram Lula, Lula, e a gravação só pôde ser feita à noite. Pelo local, só podia ser assim mesmo.

Vingança
Roseana Sarney, do PFL, pede aos seus eleitores que votem em Lula, Ciro ou Garotinho menos no candidato que "é cruel com as mulheres, fez espionagem no Maranhão e não gosta do Nordeste". Está se vingando direitinho de Serra (PSDB), a ex-governadora.


Editorial

FALTA MUITO

Os números da educação brasileira melhoram a cada ano. A qualidade do ensino, porém, ainda capenga. Há quatro anos, o Governo anunciou que havia conseguido matricular 97% dos alunos no ensino fundamental.

Agora, o Ministério da Educação apresenta crescimento do número de matrículas também nos níveis infantil, até seis anos, e médio.

Os dados preliminares do Censo Educacional, recém-divulgados, mostram que a educação infantil cresceu 4% entre 2001 e 2002. Nessa fase, a criança desenvolve melhor a capacidade de aprender. Investir no início da vida educacional é aumentar a certeza de alunos mais capazes e dedicados no futuro. O incremento no número de matrículas não significa, porém, prioridade do setor público. A média brasileira de crianças em creches é baixíssima. Dos 10,1 milhões de menores de três anos, apenas 11,37% estão na escola.

Em estados como o Amapá, o número de matrículas em creche diminuiu 35,9%. A maioria dos pequenos estudantes, cerca de 90%, está na rede privada. É preciso dar prioridade àfase de desenvolvimento do indivíduo. Quando a criança começa a ser estimulada para aprender desde cedo, os índices de evasão escolar, repetência e desinteresse caem.

Mais: o nível médio teve crescimento de matrículas da ordem de 5%. Somados os estudantes do ensino regular e do Supletivo, existem hoje mais de dez milhões de alunos no antigo segundo grau. O ministério ainda não compilou os dados de evasão e repetência escolares. Mas o aumento do número de matrículas no ensino médio significa que mais alunos conseguem passar de ano.

As regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram maior percentual de crescimento no ensino médio. O número de nordestinos matriculados cresceu 12,3% - sinal de que a desigualdade educacional entre as regiões começa a diminuir.

Outra novidade do censo foi o aumento da escolaridade dos professores. Nem todos têm curso superior, mas o número de docentes com magistério completo nas turmas de pré-escola subiu de 79%, em 1996, para 91%, em 2002. No ensino fundamental, nível que sempre recebeu as piores críticas no quesito qualidade, os índices melhoraram, mas pouco.

Da primeira à quarta série, o total de docentes com a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) subiu de 81% para 94%. No ensino médio, porém, não há boas notícias. Desde 1996, a proporção de professores com curso superior em turmas de quinta a oitava permaneceu nos 68%. Sem profissionais altamente qualificados, de pouco adianta encher as salas de aula de estudantes. Os mestres precisam de preparo para ensinar.


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09/01/2002


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