Antropóloga da USP analisa influência das Princesas da Disney nas meninas



Imagens das personagens dos estúdios Walt Disney estão presentes no imaginário e no cotidiano da maioria das meninas

Como as Princesas da Disney influenciam as meninas? A presença e a importância dessas personagens para crianças de 5 anos foram objetos de estudo da antropóloga Michele Escoura, do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP (Universidade de São Paulo).

Siga o Governo do Estado de São Paulo no Twitter e no Facebook

Por meio da observações de 200 crianças de três escolas, públicas e particulares - duas em Jundiaí e uma em Marília - a pesquisadora avaliou a influência exercida pela marca registrada "Disney Princesas". As imagens das personagens dos estúdios Walt Disney estão presentes no imaginário e no cotidiano da maioria das meninas e carregam em si uma série de particulares significados.

Michele percebeu que as princesas da Disney eram operadas como um referencial para demarcar o gênero. Uma brincadeira era de menina quando as crianças resolviam brincar de princesas. Dois filmes - "Cinderela" e "Mulan" também foram exibidos como parte da pesquisa.

Ao analisar a narrativa dos filmes, o ponto em comum percebido é o sucesso no amor conjugal. A imagem das princesas é totalmente dependente do príncipe, e apesar das grandes diferenças nas narrativas, a realização de si enquanto um exemplo de feminilidade só é completa após o casamento ou a sua sugestão.

Conclusão

Segundo Michele, é necessário mostrar às crianças outros referenciais de mundo e do que é ser mulher. Filmes, músicas, roupas e tantos outros produtos entregues às crianças não podem ser a única fonte de informação sobre o que é ser mulher.

"As princesas da Disney carregam um conteúdo que acaba funcionando como uma restrição a ideia do que é ser humano, enquanto mulher. É necessário garantir que a formação das crianças tenha também outros tipos de referenciais. A diversidade existe, e as crianças devem saber que não há apenas uma maneira de serem felizes, bonitas e aceitas", conclui a antropóloga.

Do Portal do Governo do Estado