Antropóloga pede criminalização de sites discriminatórios




A antropóloga Adriana Dias revelou preocupação com o acesso de mais de 100 mil internautas brasileiros - a maioria, jovens - a sites que veiculam material discriminatório contra negros, judeus, homossexuais, migrantes e uniões interraciais. Após fazer essa denúncia na sessão especial do Senado pelo Dia Nacional da Consciência Negra, nesta sexta-feira (19), a pesquisadora pediu o apoio do Parlamento para criminalizar a divulgação desse tipo de mensagem pela internet.

- Em minha pesquisa de mestrado, que defendi em 2007, localizei 13 mil sites neonazistas em língua portuguesa, inglesa e espanhola. Hoje, infelizmente, dada a impunidade, eles alcançam a marca de 20 mil sites. São dezenas de comunidades em blogs e redes sociais e centenas de perfis no Twitter - comentou.

Integrante da comunidade judaica, Adriana Dias denunciou ainda ser possível encontrar, em sites brasileiros de teor neonazista, livros infantis para colorir defendendo a versão da supremacia racial dos brancos. No ano em que são celebrados os 100 anos da Revolta da Chibata, os 315 anos da morte do líder negro Zumbi dos Palmares e os 70 anos da abertura do campo de concentração de Auschwitz, onde 1,5 milhão de judeus foram mortos, a antropóloga reivindica a investigação e punição dos crimes por discriminação e preconceito.

-É preciso coibir definitivamente toda e qualquer manifestação de racismo, de preconceito e de intolerância. O atual estado de ódio, de incompreensão, o gigante retorno do anti-semitismo, do racismo, da homofobia, da intolerância com a pessoa com deficiência, nos convence da gravidade do momento presente, enquanto toma o coração e a mente dos nossos jovens - apelou.



19/11/2010

Agência Senado


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