Anvisa rastreia municípios onde foram feitas cirurgias com próteses da marca francesa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já rastreou todos os municípios brasileiros onde foram feitas cirurgias plásticas com próteses mamárias da marca francesa Poly Implants Protheses (PIP). De acordo com a Anvisa, as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais serão acionadas para localizar os centros de saúde que fazem esse tipo de procedimento, na tentativa de buscar as pacientes.
Em dezembro, o governo francês recomendou a retirada dos implantes por apresentarem maior risco de romper ou vazar. O cancelamento do registro das próteses mamárias PIP no Brasil foi publicado no Diário Oficial da União na última terça-feira (3). A Anvisa continua recomendando às mulheres com próteses mamárias a procurarem o serviço médico onde foi feita a cirurgia para uma avaliação da situação do implante.
Durante a audioconferência com representantes da Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde (AFSSAPS), realizada nesta quinta-feira (5), o diretor adjunto da Anvisa, Luiz Roberto Klassmann, garantiu que não há novidades em relação às investigações por parte das autoridades da França.
A diretoria da Anvisa reúne-se na próxima sexta-feira (6) com a empresa EMI, importadora das próteses PIP no Brasil, para discutir o descarte dos implantes que estão no País, mas que não foram utilizados. Segundo Klassmann, será aberto inquérito sanitário, uma vez que a responsabilidade pela circulação de produtos de saúde no País é do detentor do registro.
O diretor destacou que a empresa tinha registro para importar apenas próteses mamárias destinadas à reconstituição do seio feminino (para mulheres que fizeram mastectomia) ou para fins estéticos (aumento das mamas). Nesta quinta (5), notícias que saíram na França davam conta que a PIP também fazia próteses para aplicação nos glúteos, testículos e peito para homens. A Anvisa já colheu também amostras para análise laboratorial das próteses em questão. Três laboratórios foram selecionados, mas os nomes não foram divulgados.
De abril de 2010 até o dia 4 de janeiro, a Anvisa contabilizou 94 registros sobre próteses mamárias, via ouvidoria e via sistema de notificação. Klassmann ressaltou que os casos de ruptura relatados não chegam a dez e ainda precisam ser investigados. O último registro foi feito no dia 25 de dezembro do ano passado.
Na próxima quarta-feira (11), representantes da Anvisa e do Ministério da Saúde reúnem-se com integrantes da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica na tentativa de aprovar um protocolo de atendimento para brasileiras que utilizam a prótese mamária PIP.
Fonte:
Agência Brasil
05/01/2012 20:50
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