Ao homenagear Zilda Arns, Kátia Abreu defende a criação de programas de erradicação da pobreza



Ao evocar, nesta terça-feira (23), a memória da médica e criadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) defendeu a instituição de programas de erradicação da pobreza no país. A senadora disse que, há décadas, o governo cria programas de transferência de renda, que nada mais fazem que gerir a pobreza e não permitem às famílias brasileiras pobres deixar outro legado a seus filhos que não seja a perpetuação da miséria.

- Ela [dona Zilda] conseguiu reverter os números na saúde que nenhum governo conseguiu. Por que não podemos copiar o exemplo de dona Zilda e fazer com que as políticas tenham consistência - início, meio e fim? Que o fim de um programa seja o fim da pobreza, que a família seja libertada e tenha a esperança de repassar para o seu filho um pequeno patrimônio - propôs.

Crianças do Haiti no Brasil

A senadora sugeriu também que o governo brasileiro receba as crianças haitianas para um intercâmbio cultural, para que seus familiares tenham condições de reconstruir suas casas e recuperar seus empregos. A proposta, disse a senadora, terá o apoio da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), da qual é presidente, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e dos produtores rurais, que, desde já, dispõem-se a receber as crianças daquele país.

- Queremos ser parceiros dessa ideia. Os produtores rurais deste país estão com suas casas abertas para receber essas crianças para que possam sofrer um pouco menos do que estão sofrendo lá - sugeriu.

Kátia Abreu afirmou que o Brasil não se libertará da miséria e da pobreza enquanto não resolver o problema da educação. Ela citou dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, segundo os quais, em 2009, 4 milhões de crianças entraram na 1ª série do ensino fundamental, enquanto somente 2 milhões terminaram o ensino médio. Assim, disse a senadora, 1,8 milhão de estudantes estariam condenados a permanecerem na condição de "miséria e desesperança".

Kátia Abreu considera que o maior exemplo dado por Zilda Arns e que merece ser seguido é o da continuidade das políticas sociais. Citou proposta de educação integral para as comunidades rurais, intitulada Farol da Cidadania, que pretende em sistema de mutirão recuperar o abandono e o atraso da educação no campo. Encerrou seu discurso, conclamando todos os brasileiros a atuarem como voluntários, seguindo o exemplo de "determinação e coragem" de Zilda Arns, para erradicar a miséria no Brasil.



23/02/2010

Agência Senado


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