Após polêmica, relator diz que CPI já tem acesso a conversas entre jornalista e Cachoeira



Após longa discussão, foi considerado prejudicado pedido do senador Fernando Collor (PTB-AL) à Polícia Federal de acesso a trechos de todas as ligações telefônicas entre Policarpo Júnior, diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, e Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Caso Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), votou pela prejudicialidade do requerimento em razão dos áudios das conversas já estarem disponíveis para os integrantes da CPI. Ele ressaltou, no entanto, que “não haverá blindagem” para ninguém envolvido com os negócios de Cachoeira.

- Não haverá blindagem para nenhuma pessoa, seja jornalista, deputado, senador, governador, empresário, polícia, procurador, juiz que se envolveu com essa quadrilha – disse Cunha.

Senadores e deputados também argumentaram que outro requerimento já solicitava o acesso a todo o conteúdo das informações das operações Vegas e Monte Carlo obtidas pela Polícia Federal.

O autor do requerimento argumentou, antes da votação, que Policarpo mantém, há quase uma década, estreita ligação com Carlos Cachoeira e justificou que o seu pedido é fundamental para detectar com clareza a relação entre o jornalista e Carlos Cachoeira.

- É necessário e indispensável que esses diálogos travados sejam trazidos rapidamente a conhecimento – assinalou Collor.

Liberdade de Imprensa

Contrário ao requerimento, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) argumentou que a solicitação tem caráter persecutório e que é contrária à presunção de inocência. Ele citou declarações dos delegados das operações Vegas e Monte Carlo à CPI em que teriam negado a existência de relações criminosas entre Policarpo e Cachoeira.

Os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Pedro Taques (PDT-MT) e Kátia Abreu (PSD-TO) também afirmaram que o requerimento é inconstitucional e contrário à liberdade de imprensa.

- Não há como aceitar qualquer tipo de ameaça, por velada que seja, à liberdade de expressão no país – afirmou Alvaro Dias.

Durante a discussão da matéria, o senador Humberto Costa (PT-PE) ressaltou que o requerimento não pede a convocação do jornalista nem a quebra de sigilo, mas a análise de um conjunto de informações relevantes.

- Não está se querendo aqui julgar a imprensa. Está se querendo saber se é uma relação aceitável. Não se pode tapar o sol com a peneira. Só queremos saber a natureza da relação entre Policarpo e Cachoeira – argumentou.

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17/05/2012

Agência Senado


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