Randolfe Rodrigues: há duas listas com pessoas citadas em conversas de Cachoeira
O depoimento de quase dez horas do delegado da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Cachoeira, iniciado às 10h35 desta quinta-feira (10), trouxe muitos elementos sobre agentes públicos e privados que merecem uma investigação mais aprofundada. A avaliação é do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que fez menção à existência de duas listas de nomes citados nas conversas de integrantes do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, cada uma com 82 pessoas.
- Existem 82 pessoas citadas, não significa que foram indiciadas, o que necessita de maior detalhamento. Os 82 indicados [em uma lista] não coincidem com os outros 82 citados. É só o número que coincide – explicou, em entrevista à imprensa.
Delta
Ao ser informado que o Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro entrou com ação para impedir a venda da empresa Delta, citada nas denúncias investigadas pela comissão, Randolfe Rodrigues disse que a medida é necessária e adequada.
- Não pode ser aceito que, no meio de um processo de investigação, essa empresa tenha qualquer tipo de comercialização – afirmou.
Gurgel
Ranfolfe Rodrigues condenou ainda a proposta de convocar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a comparecer ao Senado para que explique por que não pediu a abertura de inquérito quando recebeu, em 2009, relatório da Polícia Federal com os resultados de operações agora investigadas pela comissão.
- A convocação [de Roberto Gurgel] não pode ser sequer uma possibilidade. Ele não pode atuar como testemunha em processo em que será parte – afirmou.
Randolfe Rodrigues disse ainda que a Constituição, em respeito ao princípio de tripartição dos poderes, também impede a convocação de Roberto Gurgel.
- A Constituição vede o convite a membro de um poder para vir a uma comissão que é instância típica de outro poder – afirmou.
Na próxima quinta-feira (17), a comissão deverá tomar os depoimentos dos procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira, cujo trabalho de investigação resultou na prisão de Carlos Cachoeira em fevereiro deste ano.
Ambos deporiam nesta quinta-feira na comissão, mas a extensão do depoimento de Mella Rodrigues levou a comissão a adiar as oitivas.
10/05/2012
Agência Senado
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