Aprovada indicação do diretor da Ancine
A Comissão de Educação (CE) aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (27), a indicação de Mário Diamante, pelo presidente da República, para o cargo de diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Atual superintendente de Desenvolvimento Econômico da agência, ele manifestou a intenção de trabalhar no sentido de tornar auto-sustentável a indústria brasileira do audiovisual.
Cinco anos depois da criação da Ancine, disse Diamante, o país "já pode se orgulhar de seus frutos". Em 2002, recordou o diretor indicado, foram realizados apenas 30 filmes no Brasil. Atualmente já são feitos cerca de 70 filmes por ano. Além disso, observou, os filmes nacionais já são reconhecidos por sua qualidade e ajudam a divulgar a imagem do Brasil no exterior.
Diamante reconheceu, no entanto, que a parcela do mercado nacional reservada a filmes brasileiros, de 12%, ainda é baixa, quando comparada à de países como a França, onde alcança 45%. O número de salas também é reduzido, a seu ver: uma para cada 90 mil habitantes, enquanto a Argentina tem uma sala para cada 40 mil. Segundo o diretor indicado, o mercado audiovisual em todo o mundo movimenta 342 bilhões de euros a cada ano, enquanto no Brasil a quantia se limita a 5,5 bilhões de euros - 1,6% do mercado global.
- Ainda estamos aquém de nosso potencial - avaliou Diamante.
Relator da mensagem presidencial contendo a indicação de Diamante (85/07), o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) afirmou que o Senado estará ao lado da Ancine para ajudar a desenvolver a indústria do audiovisual. Ao presidir a reunião, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) defendeu ações destinadas a popularizar o cinema nacional e lembrou ter promovido em Campo Grande (MS), no Dia das Mães, uma iniciativa de levar às salas de exibição mulheres que nunca haviam estado em um cinema.
O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) pediu maior apoio à realização de filmes fora do chamado eixo Rio-São Paulo. Criticou, ainda, a exploração "exagerada" da miséria e da violência, que pode, a seu ver, ser negativa para a imagem do país. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) também apoiou a regionalização da produção audiovisual, além de defender maior aproximação do cinema brasileiro com a América do Sul.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) disse que o cinema pode ser considerado atualmente como uma das indústrias com maior potencial de crescimento do país. Por sua vez, o senador Flávio Arns (PT-PR) defendeu uma maior aproximação entre a Ancine e a CE, onde - como recordou - funciona uma Subcomissão Permanente de Cinema, Teatro, Música e Comunicação Social.
27/06/2007
Agência Senado
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