Aprovadas na CRE indicações para Embaixadas na Guatemala e Albânia



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (12), por unanimidade, o nome de João Luiz de Barros Pereira para o cargo de embaixador do Brasil na Guatemala, e de Jorge José Frantz Ramos, para o mesmo cargo na Albânia. As indicações, por meio de mensagem presidencial, seguem agora para decisão final em Plenário.

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Na sabatina, o indicado para a Guatemala, país da América Central de 15 milhões de habitantes, do tamanho de Sergipe, disse que o país enfrenta recorrentes desastres naturais e ainda está lidando com os impactos do terremoto ocorrido no ano passado. A economia do país foi fortemente afetada e os custos de reconstrução são estimados em US$ 210 milhões.

De acordo com João Luiz Pereira, a política externa gualtemateca hoje registra como fato marcante o conflito com Belize. A Guatemala reivindica praticamente metade do território do vizinho país. Havia este ano a previsão de um plebiscito nos dois países para que a população se manifestasse sobre a submissão da questão a arbitragem internacional na Corte de Haia.

Depois de incidentes fronteiriços que resultaram em mortes de gualtematecos, o governo deste país adiou a consulta para o ano que vem. Para o diplomata, dificilmente a questão será decidida no próximo ano. O problema, como observou, é que o povo da Guatemala desde criança foi doutrinado nas escolas sob o lema de que “metade de Belize é Guatemala”. Lembrou que o Brasil país faz parte de um grupo de 21 países que tenta ajudar na solução do conflito.

Dependência

João Luiz Pereira disse ainda que a política externa da Guatemala é também marcada pela dependência do país em relação aos Estados Unidos, destino de 40% das suas exportações e de onde provêm 38% das importações. Também vivem nos Estados Unidos mais de um milhão de gualtematecos, que remetem em torno de US$ 4,2 bilhões para o país de origem a cada ano, o equivalente a 9% do PIB nacional.

- Esta dependência faz com que o governo venha tentado encontrar alternativas. Por isso, buscam o fortalecimento do mercado comum centroamericano, para ver se ampliam seus horizontes.

No campo político, ele destacou que a cooperação entre o Brasil e a Guatemala é de alto nível. Observou que o país em que pode servir está ocupando, no biênio 2012 e 2013, assento temporário no Conselho de Segurança da ONU. Disse ainda que a Guatemala apoia a pretensão do Brasil de ocupar assento permanente nesse conselho.

Apesar do bom nível das relações do Brasil com a Guatemala, ele disse que o comércio bilateral estagnou nos últimos anos, mas tem potencial para se multiplicar por 18 vezes. Em 2012, as exportações brasileiras para a Guatemala totalizaram US$ 238 milhões, constituindo 95% do comércio bilateral. A grande diferença em favor do país também deve ser corrigida, conforme assinalou.

- Um déficit desta monta pode tende a estrangular o comércio – opinou.

O indicado destacou no início aspectos da história do país, submetido a um regime de ditadura liberal que se prolongou até a década de 50. Em 1901, lá se instalou a United Fuit Company, que ampliou a presença dos Estados Unidos e exercia forte interferência na política interna, inclusive participando de golpes de estado. Já nos anos 60, o país enfrentou uma guerra civil e somente em 1995 findou ciclo de governos militares que patrocinou graves violações aos direitos humanos.

Albânia

Jorge José Frantz Ramos, o candidato para a Embaixada do Brasil na Albânia, afirmou que um dos seus desafios, caso seja aprovado para o cargo, será estimular meios para o incremento do comércio bilateral. Em 2013, a corrente de comercio entre os dois países foi de pouco mais de US$ 40 milhões.

Embora o mercado interno daquele país seja restrito, por conta de uma população de pouco mais de 3 milhões de pessoas, Jorge Jose observou que a Albânia mantém acordos de livre comércio com blocos da área do sudeste da Europa, como a Turquia. Desse modo, como a Albânia pode ser porta de entrada para um mercado de mais de 90 milhões de consumidores. Além disso, o país está em fase de cumprimento de exigências para ingresso na Comunidade Europeia.

Segundo ele, a própria Albânia considera o Brasil como parceiro comercial de importante potencialidade. Ele disse ter recebido a informação de que Tirana - capital do país, mencionada em lugar do governo - propôs utilização de uma de suas cidades portuárias como porto livre para produtos brasileiros.

Depois de observar que as relações entre os países não se resumem a “mera contabilidade comercial”, o diplomata destacou a relevância de se manter relações que possibilitem a projeção da imagem do Brasil internacionalmente, em sintonia com o peso do país em termos econômicos, geográfico e populacional. Nesse sentido, ele disse as relações entre os dois países evoluem positivamente, inclusive tendo a Albânia apoiado nomes do país para a direção de organismos internacionais.



12/12/2013

Agência Senado


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