Aprovado novo embaixador para Cote d'Ivore



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, na manhã desta quinta-feira (9), a indicação do diplomata Alfredo José Cavalcanti Jordão de Camargo para a embaixada do Brasil na Cote d'Ivoire (nome pelo qual a Costa do Marfim deseja ser reconhecida).

Antes de ser sabatinado pelos parlamentares, o diplomata ressaltou que, depois de se livrar de duas guerras civis num curto espaço de tempo, o país passa por sua melhor fase, num cenário onde "a confiança e o investimento internacionais começam a retornar".

De acordo com Alfredo de Camargo, Cote d'Ivoire, assim como outras nações africanas, tem admiração pelo Brasil e nutre grandes expectativas:

- Eles nos veem como um modelo e fonte de cooperação. Por isso, enxergam no Brasil um parceiro em setores importantes, como comércio, educação, ciência e tecnologia - opinou o diplomata, que atualmente está à frente da embaixada brasileira na Bolívia.

Ao apresentar o país aos senadores, o convidado informou que índices de mortalidade infantil (65 por mil) e de analfabetismo (48%) ainda são altos, mas há perspectivas de melhoras. Positivamente, ele apontou a malha viária: são 13 mil quilômetros de estradas asfaltadas - mais do que a existente na Bolívia, por exemplo - e a convivência harmônica entre os seguidores de diferentes religiões. Muçulmanos e católicos são maioria.

Agricultura

Com Produto Interno Bruto de US$ 24 bilhões (o equivalente a menos de 1% do PIB brasileiro), a economia marfinense é baseada principalmente na agricultura, o que chamou atenção dos senadores presentes à reunião. Na fase de debates, eles questionaram o embaixador sobre o que pode ser feito para melhorar a relação dos dois países no setor primário.

- Pretendemos diversificar a balança comercial. Atualmente compramos apenas cacau e vendemos muita carne e derivados, mas podemos variar esta pauta. Neste contexto, a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], que já realizou pesquisas e prestou assessoria técnica àquele país, deve ser uma grande parceira - afirmou.

Em relação ao quadro político, Alfredo de Camargo lembrou que o país ficou independente da França em 1960 e teve somente um presidente durante 33 anos.

- O líder morreu em 1993 e deixou o país órfão politicamente e sem maturidade, formando um cenário favorável a tensões políticas e a conflitos étnicos. Em 2010, houve eleições e mais conflitos. Desde meados de 2011, no entanto, há um esforço de reconciliação nacional - explicou.

População jovem

Com 23 milhões de habitantes de 60 etnias e com área equivalente ao do estado do Maranhão, Cote d'Ivoire fica na costa ocidental da África. Apesar do rápido processo de urbanização, cerca de 60% dos marfinenses ainda moram na zona rural. A população é jovem: quase metade tem menos de 15 anos.

Abidjan, com quase 3 milhões de habitantes, é a capital econômica; a capital política é Yamoussokro. A língua oficial é o francês.



09/02/2012

Agência Senado


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