Aprovado voto de louvor em homenagem a Humberto Lucena
O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (22) voto de louvor ao ex-presidente do Senado Humberto Lucena (PB), que estaria completando 80 anos nesta data. De acordo o presidente da Casa, Garibaldi Alves, ao morrer, há dez anos, Lucena deixou para sempre "a marca de um político talhado para o entendimento".
O voto de louvor foi proposto pelos senadores Efraim Morais (DEM-PB) e Pedro Simon (PMDB-RS), que lembraram a importância política de Lucena, presidente do Senado nos biênios 1987-88 e 1993-94. Tido como um homem fiel a idéias e programas, Lucena só deixou o PSD, em 1965, por força da extinção do partido, abrigando-se até o fim no MDB, antecessor do PMDB.
De acordo com Efraim, Lucena foi um dos políticos mais corajosos que o país conheceu. Mesmo ameaçado de cassação pela ditadura militar (1964-1984), o parlamentar paraibano denunciou a ocorrência de prisões ilegais e torturas da tribuna da Câmara dos Deputados quando o regime tornou-se mais cruel, a partir de 1968.
- O medo silenciou numerosas vozes, mas, felizmente, nem todas. Lucena, que já era uma das lideranças políticas mais atuantes de então, ao lado de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, tornou-se um dos símbolos da resistência civil à ditadura - relembrou Efraim.
Simon ressaltou o caráter heróico de Lucena, mas chamou a atenção para o político de honradez e austeridade inabaláveis. Ainda que tenha se tornado uma figura de destaque na cena nacional, nunca enriqueceu. Morava com a família, segundo chegou a comentar com amigos, na casa comprada com o trabalho da mulher, dona Ruth Maria, pequena empresária.
De acordo com Efraim, a inflexibilidade de Lucena em relação a princípios foi justamente o que lhe carreou inimigos. E estes estariam por trás da campanha que o levou a perder o mandato conseguido nas urnas em 1994, por decisão da Justiça Eleitoral, que considerou procedente a denúncia de utilização irregular da Gráfica do Senado. Por entender que Lucena agira dentro das normas, o próprio Congresso devolveu-lhe o mandato por meio da Lei 8.985, de 1995.
- Não há dúvida que os danos emocionais do episódio lhe foram irreversíveis, não havendo exagero em dizer que a tristeza e o desgosto lhe abreviaram a vida - afirmou Efraim.
Simon ainda elogiou o insuspeitado lirismo de Lucena, que homenageou com um poema a filha Lisle, funcionária do Senado, presente à sessão. E Garibaldi permitiu-se afirmar que o PMDB paraibano não estaria hoje em conflito, caso Lucena fosse vivo.
22/04/2008
Agência Senado
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