Aprovado voto de pesar pela morte de Drummond



O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26), requerimento de autoria do senador Francelino Pereira (PFL-MG) solicitando a inserção em ata de voto de pesar pelo falecimento do escritor mineiro Roberto Drummond, além do envio de condolências à família, em nome da Instituição.

Ao ocupar a tribuna do Plenário para falar da morte do escritor, Francelino Pereira lembrou que o autor de Hilda Furacão, livro de sucesso que se transformou em mini-série na TV, deixou Os mortos não Dançam Valsa como obra inacabada, ao ser surpreendido por uma morte súbita, momentos antes do jogo Brasil x Inglaterra, realizado na Copa do Mundo.

Segundo Francelino, além de um amante do futebol, Roberto Drummond era romancista de renome nacional e um criativo cronista esportivo, torcedor do Atlético Mineiro.

Após lembrar a mini-série feita pela Globo, com base em uma das obras de Drummond, o senador destacou, no seu pronunciamento, outros livros também importantes daquele autor, como A Morte de D.J. em Paris, que recebeu o prêmio Jabuti; O Dia em que Ernest Hemingway Morreu Crucificado; Sangue de Coca-Cola; Ontem à Noite era Sexta-Feira; Inês é Morta; Hitler Manda Lembranças; Quando Fui Morto em Cuba; e sua obra mais recente, intitulada O Cheiro de Deus.

Disse ainda Francelino Pereira que Roberto Drummond se utilizou das mais variadas formas de narrativa para expor ao mundo a alma moderna de sua terra. -Seu estilo - observou - chegou a ser classificado de realismo sobrenatural, num paralelismo com o realismo mágico de Gabriel Garcia Márquez.

Disse ainda Francelino Pereira que a morte de Roberto Drummond foi um choque para todos os amigos do escritor. -Minas e o Brasil perderam um grande e original escritor-, disse.

Em aparte a Francelino Pereira, declararam solidariedade ao seu requerimento e homenagens os senadores Arlindo Porto (PTB-MG), Bernardo Cabral (PFL-AM), e Eduardo Suplicy (PT-SP). O senador Suplicy lembrou vários episódios da vida de Roberto Drummond, ressaltando que o título da sua última obra, O Cheiro de Deus, foi retirado a partir da última conversa que teve com seu amigo, Frei Beto.



26/06/2002

Agência Senado


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