Aprovados embaixadores para Austrália, Vanuatu e Papua Nova Guiné e para Myanmar



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (8), as indicações de Rubem Antonio Correa Barbosa para embaixador do Brasil na Austrália e, cumulativamente, em Vanuatu e em Papua Nova Guiné; e de José Carlos da Fonseca Júnior para embaixador do Brasil em Myanmar.

Em resposta a pergunta do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), Rubem Barbosa falou sobre a perspectiva de um acordo na área da defesa entre Brasil e Austrália, na próxima reunião do G-20, a se realizar na África do Sul. Informou que a Austrália possui seis submarinos e uma marinha avançada e defendeu uma maior integração entre os dois países nessa área.

Rubem Barbosa disse que tem havido disparidade no intercâmbio comercial com a Austrália, lembrando que em 2009 o Brasil exportou US$ 1,3 bilhão para a Austrália enquanto aquele país exportou "quase o dobro" para o Brasil. Ele recordou, ainda, que a Embraer vendeu 20 aeronaves à empresa australiana Virgin Blue em 2008, ano em que as exportações para aquele país atingiram US$ 2,5 bilhões. Em sua avaliação, falta ao Brasil uma divulgação melhor de seus produtos comerciais.

Educação

A educação é o terceiro produto de exportação da Austrália, ressaltou o novo embaixador, ao informar que dos 650 mil estrangeiros no país, 20 mil são brasileiros.

- Um país desenvolvido, através da exportação da educação, seleciona seu imigrante a custo zero. Os brasileiros empreendedores que vamos perder por terem melhores condições de trabalho lá farão falta ao país - afirmou.

Por outro lado, Rubem Barbosa também apontou a preocupação de políticos australianos com o aumento da imigração. Segundo ele, os imigrantes já constituem 22% da população da Austrália.

Currículo

Rubem Barbosa trabalhou no Ministério de Minas e Energia, como assessor internacional dos ex-ministros Edison Lobão e Dilma Rousseff. Seus principais cargos no Ministério das Relações Exteriores foram os de primeiro-secretário (1983), assistente do chefe da Divisão da Europa-I, chefe da Divisão do Oriente Próximo-I, coordenador-geral de Ensino do Instituto Rio Branco e chefe da Divisão da América Meridional-II.

O senador Lobão (PMDB-MA) elogiou sua assessoria qualificada em viagens ao exterior pelo ministério e classificou-o como profissional "de alta categoria e grandes conhecimentos internacionais".

Myanmar

José Carlos da Fonseca Júnior, que também obteve aprovação unânime dos parlamentares para o cargo de embaixador do Brasil em Myanmar, fez um relato do difícil processo político daquele país. Recordou que após sua independência, ao final da 2ª Guerra Mundial, Myanmar viveu um período de governo civil que se estendeu de 1947 a 1962, marcada por instabilidades que acabaram levando a um golpe militar que domina o país até hoje.

Outro problema do país é o tráfico de metanfetaminas, que substituiu nos últimos anos o comércio de heroína. O relator de sua indicação, senador Romeu Tuma ((PTB-SP) sugeriu que a nova embaixada tenha um adido responsável pelo problema do tráfico de drogas.

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) elogiou a atuação de José Carlos como deputado pelo Espírito Santo e nos cargos que ocupou em Washington e Nova York. Salientou que, em sua nova missão, José Carlos "terá brilho para estabelecer grande ponte comercial e de amizade" entre o Brasil e Myanmar e, no contexto da política externa adotada pelo presidente Lula, "atuar com suavidade e aliviar o regime".

Currículo

José Carlos da Fonseca Júnior foi deputado federal pelo Espírito Santo, deputado estadual, ministro de segunda classe da carreira de diplomata, conselheiro e encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Nova Delhi, ganhador do Prêmio Rio Branco e da Medalha de Ouro Lafayette Silva.



08/06/2010

Agência Senado


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