Aproveitamento de beneficiados por cotas é discutido em audiência
O aproveitamento escolar dos alunos que venham a ingressar nas universidades federais dentro do sistema de cotas anunciado pelo governo para os estudantes afro-descendentes e provenientes de escolas públicas foi um dos temas em debate durante a audiência pública promovida nesta terça-feira (18) pela Comissão de Educação (CE) sobre a reforma universitária.
Ao abrir o debate com os convidados, o presidente da CE, senador Osmar Dias (PDT-PR), autor do requerimento para a realização da audiência, recordou as dificuldades para se identificar, no Brasil, quem é afro-descendente. E questionou se os alunos da rede pública beneficiados pelas cotas terão a mesma qualificação para acompanhar os cursos do que os que ingressarem na universidade pelo sistema tradicional de vestibular.
Em resposta, o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, Nelson Maculan, disse que a permanência dos novos alunos é tão importante quanto o ingresso na universidade. E que, para garantir a permanência dos beneficiados pelas cotas, as universidades terão de desenvolver mecanismos permanentes de acompanhamento.
- Às vezes ao alunos terão dinheiro para ir à universidade e almoçar, mas não terão para comprar livros ou para tirar cópias. Por isso, o Ministério da Educação tem que ter responsabilidade de atender ao novo alunado - afirmou Maculan, que manifestou ainda posição contrária ao fechamento de 43 cursos em universidades do Paraná, também mencionada por Osmar Dias.
O senador questionou o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Lemos Petta, sobre a intenção do governo de isentar de impostos instituições privadas de ensino superior incluídas no programa Universidade para Todos. Petta informou que a UNE vê pontos positivos na proposta, como a obrigação imposta às entidades filantrópicas de conceder bolsas a pelo menos 20% dos alunos, mas afirmou ser contrário à isenção de impostos para instituições de ensino com fins lucrativos.
Durante o debate, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) observou que, antes de discutir os detalhes da reforma, o país deveria debater o tipo de universidade que deseja ter. O atual sistema universitário, recordou, foi criado em 1968 pelo regime militar, quando ainda havia o Muro de Berlim e não existiam a internet e o microcomputador.
18/05/2004
Agência Senado
Artigos Relacionados
Aproveitamento estratégico das terras-raras é tema de audiência pública
Abandono de familiares por dekasseguis é discutido em audiência
USO DE BLOQUEADORES DE VAZAMENTOS DE GÁS SERÁ DISCUTIDO EM AUDIÊNCIA NA CAS
Programa de microdestilarias será discutido em audiência na CRA
Uso obrigatório de GPS em ônibus interestadual será discutido em audiência
Surto de malária no Marajó é discutido agora em audiência