ARRECADAÇÃO SOBE, INFLAÇÃO CAI E ECONOMIA VOLTA A CRESCER



O Plano Plurianual de Investimentos (PPA) para os próximos quatro anos e a proposta de Orçamento da União para o ano que vem, apresentados pelo Executivo ao Congresso nesta terça-feira (dia 31), prevêem números positivos para a economia e para as contas do governo federal. A arrecadação tributária deverá crescer 8,6% no ano 2000, enquanto a inflação cairá para 6,07% (neste ano, o IGP-DI da FGV deve ficar próximo de 8%). Para o ano 2001, a meta inflacionária é de 4,32%; em 2002, de 3,45%; e em 2003, de 2,99%. Mas a melhor previsão é sobre o desempenho da economia: no próximo ano, o PPA prevê um crescimento de 4%, contra a queda de 0,12% em 1998. Pelas previsões do governo, em 2001 a economia crescerá 4,5%, pulando para 5% nos dois anos seguintes. Os números favoráveis não param por aí. O emprego, por exemplo, deverá apresentar um crescimento médio de 2,7% ao ano, prevendo-se a geração de 8,5 milhões de novos postos de trabalho. Para o governo, este aumento no emprego será "suficiente para absorver completamente as pessoas que vão ingressar na força de trabalho e retirar 1 milhão de trabalhadores do desemprego". Ou seja, tais índices significam, ainda de acordo com o PPA, que a taxa de desemprego cairá 1,5 ponto percentual daqui a quatro anos.O PPA, chamado pelo governo de "Avança Brasil", prevê que serão gastos do ano 2000 ao 2003 exatos R$ 1,113 trilhão, sendo R$ 741,6 bilhões oriundos de receitas fiscais e da seguridade e mais R$ 117,5 bilhões das empresas estatais. De acordo com o documento que chegou nesta terça (dia 31) ao Congresso, o governo espera ainda usar nos próximos quatro anos R$ 115,4 bilhões provenientes de parcerias e outros R$ 96,5 bilhões das agências oficiais de crédito.O Plano Plurianual trabalha com projetos que exigem parceria com os estados, municípios, empresas estatais e setor privado para bancar a execução de 365 programas. Assim, o documento prevê a utilização, nos quatro anos, de R$ 32,2 bilhões dos fundos constitucionais (aplicações obrigatórios nos estados) e conta ainda com R$ 9,9 bilhões de renúncia fiscal. As maiores aplicações do PPA se darão no desenvolvimento social (R$ 585 bilhões, ou 59% do total), seguidas de infra-estrutura econômica (R$ 212 bilhões), setor produtivo (R$ 134 bilhões) e informação e conhecimento (R$ 15,5 bilhões), de acordo com o texto apresentado ao Congresso. Meio Ambiente receberá R$ 3,3 bilhões e justiça R$ 4 bilhões.Outra boa notícia contida no PPA e no Orçamento para o ano que vem são os gastos do governo federal com juros. Neste ano, a União está gastando com sua dívida R$ 73,2 bilhões, de acordo com o orçamento reprogramado. Para o ano 2000, o Orçamento trabalha com gastos reais de R$ 25,8 bilhões, uma queda de 64,7%, resultado do corte nas taxas de juros. A taxa de juros média que o governo pagará por seus títulos no ano que vem ficará em 13,4%, conforme declaração do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares.

31/08/1999

Agência Senado


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