ARRUDA: "LIQUIDAÇÃO DO MARKA É DIFÍCIL, MAS NÃO IMPOSSÍVEL"



O vice-presidente da CPI do Sistema Financeiro, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), informou que manteve contato telefônico com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sobre a possibilidade de liquidação do banco Marka. "Ele concordou que a situação mudou no momento em que o presidente do Marka afirmou à CPI que negociou com seus investidores para que tivessem um resgate menor. Ou seja, houve prejuízo para os investidores e isso abre caminho para a liquidação", disse.- A liquidação do Marka é difícil, mas não impossível. Como é que uma parte dos investidores do Marka teve prejuízo enquanto o dono do banco continua com um patrimônio que inclui até uma lancha caríssima? - acrescentou Arruda.De acordo com o senador, o Banco Central vinha estudando uma forma jurídica de decretar a liquidação extrajudicial do Marka e até então não encontrara um caminho. Após a declaração do presidente da instituição à CPI, Salvatore Cacciola, na última quinta-feira (dia 13), de que negociou com seus investidores, "ficou claro que eles tiveram prejuízos" e essa "é uma nova variável" que pode mudar o quadro.- Agora não há nenhum risco sistêmico se o Banco Central decretar a liquidação do Marka. Caso isso seja possível, os bens do empresário serão utilizados no rateio geral - observou.Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a CPI deve também analisar um artigo do Código de Defesa do Consumidor, o qual diz que os bens dos donos de empresas afetadas por má administração também devem ser usados no pagamento de dívidas de credores ou de pessoas prejudicadas. A sugestão foi enviada ao gabinete de Simon por uma pessoa que estava acompanhando o depoimento de Cacciola.José Roberto Arruda disse à imprensa, nesta sexta-feira (dia 14), que neste momento não se pode afirmar que a CPI irá comunicar ao Ministério Público que a venda de dólares a preços favorecidos ao Marka "foi irregular". "Vamos aguardar o parecer do relator, que deve ser apresentado à CPI nos próximos dias".

14/05/1999

Agência Senado


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