ARRUDA PEDE QUE CONGRESSO ENDOSSE POSIÇÃO FAVORÁVEL A CUBA



O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), líder do governo no Congresso, defendeu hoje (dia 27) o fim do embargo econômico a Cuba e a imediata reintegração daquele país na comunidade americana e respectivas instituições. Alinhando-se à diplomacia brasileira, que também defende o fim do embargo imposto pelo governo norte-americano, Arruda pediu que o Congresso Nacional endosse a posição brasileira até como forma de ajudar o retorno do regime democrático à ilha.

A suspensão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA), ocorrida em 1962, explicou o senador, provocou limitações nas relações dos países americanos com a ilha, em todas as suas possibilidades - política, cultural, social e econômica. Para Arruda, no entanto, a lei Helms-Burton, sancionada em 1996, que impõeretaliações aos países ou às empresas que investem em Cuba, representou uma intensificação do embargo comercial promovido pelos Estados Unidos ao longo de décadas. "Qual a origem de tamanha discriminação imposta a um país irmão?", perguntou.

Segundo o senador, os argumentos se referem a razões de segurança e inexistência de democracia política em Cuba. No entanto, ressaltou, o presidente Fidel Castro tem se comprometido com a democracia ao assinar a declaração da VI Cúpula Ibero-Americana, realizada no Chile, com a visita do Papa João Paulo II a Cuba, quando manifestou sua solidariedade apelando em favor de mudanças na política norte-americana e contra a manutenção de prisioneiros políticos.

- Recentemente, diante de mais de 2.550 representantes de 75 países reunidos em Havana para participar do Encontro de Solidariedade Entre Mulheres, Fidel Castro declarou que, passados quase 40 anos da revolução de 1959, o momento histórico atual não admite a ruptura violenta como alternativa para a conquista dos objetivos socialistas. Argumentou que as eleições e, portanto, a democracia, constituem o caminho para o socialismo, mas manifestou sua preocupação quanto à necessidade de enfrentamento objetivo das ameaças da globalização - disse o senador.

Arruda lembrou ainda que, em abril, ocorreu a II Cúpula das Américas, quando 34 países discutiram as condicionantes para a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "Na verdade, as representações ali presentes eram exatamente aquelas que compõem a OEA, que ultimamente tem debatido com intensidade o problema da suspensão de Cuba desse organismo. Não causou surpresa, assim, o fato de que um dos principais assuntos abordados tenha sido justamente o da participação da ilha na comunidade americana, evidenciando-se entre os países presentes um sentimento predominante pela sua reintegração", revelou.

O Brasil, coerente com esse posicionamento, vem mantendo permanente diálogo com Cuba, explicou Arruda, ao lembrar que o chanceler Luiz Felipe Lampreia está em visita àquele país, demonstrando concretamente esse espírito de entendimento e cooperação.



27/05/1998

Agência Senado


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