Arthur Virgílio: abrigo a Zelaya em embaixada põe Brasil em situação difícil



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou nesta terça-feira (22) que o Brasil "tem um abacaxi nas mãos para descascar", agora que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, está abrigado na embaixada brasileira na capital Tegucigalpa.

- O governo brasileiro combinou isso? Porque se combinou isso, foi uma pixotada diplomática imperdoável. O governo brasileiro não combinou isso? Ainda assim, tem um abacaxi nas mãos para descascar, um abacaxi terrível, porque é uma situação estranha - afirmou Arthur Virgílio.

Na opinião do senador, o Brasil não deve romper relações com Honduras, mas, acrescentou, o governo perdeu a oportunidade de ser um interlocutor para ajudar a acabar com a crise em Honduras.

- O Brasil perdeu a condição de ser interlocutor nessa crise, de ser aquele que daria solução para a crise, porque parece envolvido diretamente na campanha para restabelecer o mandato do presidente Zelaya - disse.

Atualmente, informou o senador, a embaixada em Tegucigalpa é chefiada por um de seus conselheiros, pois o embaixador foi chamado de volta ao Brasil no início da crise. Assim, sugeriu Arthur Virgílio, o governo brasileiro deveria enviar um novo embaixador para Tegucigalpa para negociar a ida do presidente deposto Zelaya, em segurança, para fora do território hondurenho.

- Se não houve interferência do governo brasileiro, o correto é mesmo dar o abrigo, mas impedir a ação política e negociar a saída de Zelaya de lá com o governo de Honduras - acrescentou.

Para Arthur Virgílio, o Brasil está em uma "situação muito difícil" e o desfecho para esse episódio é imprevisível.

- O cerceamento ao ir e vir de pessoas da embaixada brasileira, o corte de luz, o corte no abastecimento de água, tudo isso cria uma situação de muito constrangimento. E se chegarem ao absurdo de invadirem a embaixada, nós estaremos diante de uma crise, que não buscamos, que não é nossa, de proporções inimagináveis. Não sabemos o que pode resultar daí - opinou.



22/09/2009

Agência Senado


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