Arthur Virgílio anuncia que Marisa Serrano vai presidir CPI dos Cartões Corporativos



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), anunciou nesta quarta-feira (27) que a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) vai presidir a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, que investigará o uso abusivo desses cartões por parte de funcionários do governo federal, ministros e Presidência da República.

A indicação da senadora foi fruto de um acordo firmado entre a oposição e a bancada governista, através do líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). No ano passado, Marisa Serrano foi um dos três relatores do processo por quebra de decoro parlamentar enfrentado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Para Arthur Virgílio, Marisa Serrano deve começar as investigações pelo governo Lula.

Arthur Virgílio afirmou que, se houver motivo para investigar o uso de cartões corporativos no governo Fernando Henrique Cardoso, isso será feito, mas observou que as investigações devem começar pelo governo Lula porque, segundo ele, há motivos para isso.

- A nossa disposição é de apuração verdadeira, que é o contrário do que eles [governo e aliados] demonstraram até agora. Hoje, na CPI das ONGs, nós vimos como o PT votava contra todos os requerimentos. Então quem é que quer apurar? - indagou.

O senador disse que realmente existe um acordo com o governo: "Apurar tudo, doa a quem doer, dê no que der, haja o que houver, custe o que custar. Esse acordão eu quero patrocinar e participar dele".

Arthur Virgílio disse que Marisa Serrano vai estabelecer um roteiro próprio de investigação, mas lhe parece lógico que deve começar pela convocação dos ministros claramente envolvidos e por um pedido de transferência do sigilo de todos os cartões corporativos, inclusive aqueles utilizados pela Presidência da República. O senador também disse não temer a diferença numérica a favor do governo na CPI.

- Se tiver um fato forte, duvido que, com a pressão da imprensa e da opinião pública, alguém se recuse a aprovar um requerimento importante ou uma convocação significativa ou até uma transferência de sigilo, seja de quem for, desde que estejam embasadas em fatos irrefutáveis - afirmou.

O senador disse ainda que o requerimento de criação de uma CPI no Senado continua valendo, apenas não foi lido. Ele disse que os governistas cumpriram a parte deles no acordo, cedendo a presidência da CPI Mista, e a oposição vai cumprir a sua, não pedindo a leitura do requerimento da CPI do Senado.

- Se sentirmos que não há boa-fé, nós então faremos funcionar a CPI do Senado. Espero que não seja necessário. Nós iremos para lá com o coração aberto para fazer um trabalho pelo país. Chega de abuso com dinheiro público. Temos que coibir isso e estabelecer novas práticas que respeitem o povo brasileiro - concluiu.



27/02/2008

Agência Senado


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