Arthur Virgílio: Brasil poderia ter crescido mais nos últimos anos



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), apresentou nesta terça-feira (22), da tribuna, as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e do mundo durante os dois mandatos do governo Fernando Henrique Cardoso e do primeiro mandato do governo Lula - entre os anos de 1995 e 2006 - para dizer que o governo Lula "tinha tudo para ter crescido mais do que o mundo, e cresceu menos".

Segundo Arthur Virgílio, os números mostram que, apesar de toda a vantagem que uma economia internacional aquecida poderia trazer ao país, o governo Lula, "através de sua política econômica que preza os altos juros e o câmbio valorizado, não soube aproveitar a oportunidade que lhe foi dada durante o seu primeiro mandato". O senador acrescentou que, na comparação entre o crescimento do PIB do Brasil contra o PIB do mundo, o governo Lula apresenta um dos piores resultados da história do país.

O senador referiu-se a uma tabela das médias da variação real anual do PIB - Brasil x Mundo que aponta que, apesar de o governo Lula apresentar uma média de crescimento maior do que a do governo FHC, durante toda a era FHC (1995-2002), a diferença entre o crescimento nacional e o crescimento internacional é de apenas 1,4%, enquanto durante a primeira gestão de Lula (2003-2006), a diferença é de 2,5%.

- Ou seja, durante o governo Lula o mundo cresceu quase o dobro do que o Brasil cresceu - assinalou.

Arthur Virgílio citou, entre outros estudos, uma análise preparada pelo economista Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), segundo a qual a renda per capita do brasileiro está crescendo em ritmo muito menor que a dos países da América Latina e dos emergentes em geral. De acordo com o estudo, o ganho individual no Brasil este ano terá um dos maiores recuos. Em 1995, a renda do brasileiro equivalia a 2,57 vezes à do habitante dos países em desenvolvimento; em 2008, a diferença caiu para 1,83, e este ano, segundo projeções de Gonçalves, o número cairá para 1,8. Em relação à América Latina, a renda brasileira, que correspondia a 1,02 vez à da região em 1995, passou a corresponder a apenas 0,96 no passado e em 2009, cairá para 0,95.

O senador disse perceber uma "desonestidade intelectual muito grande em comparar momentos diferentes".

- Dizem que "cresceu mais do que no passado", mas não se comparam com o mundo, com os emergentes, com a América Latina - disse o senador.

Arthur Virgílio criticou os que sustentam que tudo começou em 2003 - "dizer que fui eu que fiz lembra os totalitários, não é democrático, ilude as pessoas mais incautas, é típico de ditador que quer o incenso da população, quer estátua em praça pública". O senador afirmou que o Brasil "não começou agora", ponderou que números e fatos não devem ser escondidos e propôs que o debate se dê em padrões mais elevados.



22/12/2009

Agência Senado


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