Arthur Virgílio destaca denúncia contra Duda Mendonça
Um dia depois de questionar as relações entre o publicitário Duda Mendonça, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ocupou novamente a tribuna do Plenário, desta vez para ler denúncia feita pelo colunista Ricardo Boechat, no Jornal do Brasil, de que Duda Mendonça estaria fazendo a defesa -junto aos cardeais do PT- do dono do grupo Opportunity, Daniel Dantas, acusado de ter cometido várias irregularidades no setor das telecomunicações.
Arthur Virgílio também leu editorial publicado nesta terça-feira (23) pelo jornal O Estado de S. Paulo, intitulado -Da promiscuidade entre marketing e poder-. O texto trata de entrevista concedida pelo ministro Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica (Secom), na qual ele comenta as tarefas que deverão caber ao publicitário Duda Mendonça.
Na entrevista, publicada domingo pela Folha de S. Paulo, Gushiken informa que o publicitário terá autonomia junto aos ministérios para -se relacionar, se reunir para discutir e saber como é que cada área deve atuar, para que tudo fique em consonância com a linha de governo-. Diante desta constatação, o editorial do Estado de S. Paulo afirma que -até agora tínhamos no governo Lula, digamos, dois primeiros-ministros, a saber, Palocci e Dirceu. Ao que tudo indica haverá mais um, Duda-.
- É hora do senhor Duda Mendonça e do governo optarem: Duda trabalha para o PT ou trabalha para o governo? Se trabalha para o PT, então não entre em licitações do governo. Se trabalha para o governo, não trabalhe para o PT. A mistura - mais ainda, o aconselhamento a Daniel Dantas, a empresários ou a quem quer que seja a procura de alguém que supostamente abriria as portas do Palácio - não é o que eu quero para o futuro do presidente Lula, que tem um passado irretocável - concluiu Arthur Virgílio.
23/09/2003
Agência Senado
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