Arthur Virgílio elogia "pronta disposição" de Jobim para esclarecer venda de armas a Venezuela



O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), disse por volta das 20h desta terça-feira (4) que a vinda do ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao Senado, no início da noite, desfez, em princípio, as dúvidas que pairavam sobre o comércio de material bélico do Brasil com a Venezuela. Jobim reagiu ao discurso pronunciado à tarde por Virgílio, que divulgou notícia da suposta venda de armamento ilegal ao país vizinho.

- Quero crer que o ministro disse a verdade ao negar que não houve e nem haverá envio de armas para o governo de Hugo Chávez - disse o senador, referindo-se às explicações dadas por Jobim a um grupo de senadores no gabinete do presidente da Casa, Garibaldi Alves.

Jobim mencionou apenas a venda de balas de borracha e amostras de substâncias químicas para a fabricação de gás lacrimogêneo.

O líder do PSDB elogiou o ministro por sua pronta disposição em esclarecer o assunto. Para ele, Jobim criou um novo padrão de relacionamento entre ministros e o Congresso Nacional. De agora em diante, na opinião do senador, confrontados com o exemplo do titular da Defesa, os outros ministros serão constrangidos a responder rapidamente aos requerimentos de informação e aos convites para sanar dúvidas dos parlamentares.

Em aparte, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que estava satisfeito momentaneamente com as informações prestadas por Jobim, mas acrescentou que esperava um detalhamento maior das vendas do Brasil àquele país na área de segurança. Como o ministro veio ao Senado nesta terça, a reunião da CRE que seria realizada nesta quarta para ouvi-lo deixou de ser necessária.

Arthur Virgílio disse que ficou satisfeito em ouvir Jobim e em tomar conhecimento de que não há nenhum comprometimento do Brasil com o governo venezuelano. O país pode assim assumir, de forma isenta, papel de liderança nas negociações para pôr fim ao conflito entre a Colômbia, o Equador e a Venezuela, afirmou.

O líder do PSDB disse ainda que o desmentido da notícia publicada pela agência privada de inteligência World Check na Internet não retira a importância da denúncia feita por ele.

- Se novamente me chegar denúncia de pessoa acreditada, agirei da mesma forma - prometeu o senador, que, além de Heráclito, foi elogiado pelos senadores José Agripino (DEM-RN), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Flecha Ribeiro (PSDB-PA), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Geraldo Mesquita Júnior. Este último disse que embora não duvidasse da palavra de Jobim, não descartava a hipótese de que o discurso do líder do PSDB tivesse "abortado uma operação".



04/03/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Arthur Virgílio exige esclarecimento do governo sobre envio secreto de armas à Venezuela

Nelson Jobim nega remessa de armas do Brasil para a Venezuela pela TAM

Heráclito quer esclarecimentos do ministro da Defesa sobre possível venda de armas à Venezuela

Arthur Virgílio: é necessário esclarecer a compra dos caças franceses

Arthur Virgílio comemora derrota de Chávez em referendo na Venezuela

Arthur Virgílio defende a não-ratificação da entrada da Venezuela no Mercosul