Nelson Jobim nega remessa de armas do Brasil para a Venezuela pela TAM
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, negou a informação de que o Brasil teria enviado uma remessa de armas de fogo à Venezuela num vôo comercial. O desmentido foi feito em resposta ao pedido de explicações apresentado em Plenário, nesta terça-feira (4), pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que exibiu nota sobre a denúncia, divulgada na internet pela agência privada de inteligência World Check.
- Houve, isso sim, autorizações do Ministério da Defesa para remessas, no ano de 2008, de materiais de borracha, balas de borracha, essas coisas que são de segurança pública. E houve também, no final do ano passado, um pedido de munições para pistolas, que foi autorizado pelo Ministério das Relações Exteriores. Mas não houve transporte de armas de fogo por parte da TAM - esclareceu Jobim.
Segundo noticiou a World Check, um avião da TAM com uma tonelada e meia em armamentos teria partido do Brasil com destino à Venezuela, cumprindo a primeira etapa de um carregamento de 31 toneladas e meia a ser completado em quatro vôos, sendo os três últimos de dez toneladas cada.
De acordo com Jobim, que se reuniu com os senadores e com o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), em seu gabinete, "a notícia não tem nenhuma procedência".
- O comando da Aeronáutica fez um levantamento urgente relativo à data de hoje em relação aos vôos para a Venezuela e não há absolutamente nada - sustentou.
Jobim também disse desconhecer a agência World Check.
- Não vim responder à World Check. Vim prestar informações ao senador Arthur Virgílio e ao Senado, entendendo a necessidade de que o ministro não aguardasse um convite formal, mas viesse imediatamente para resolver o problema - declarou.
TAM
Às 21h05, a assessoria de imprensa da TAM enviou, por e-mail, nota de esclarecimento acerca do suposto carregamento de armas para a Venezuela. Afirmando não fazer "vôos secretos", a empresa informou ter realizado um carregamento legal de revólveres da marca Taurus para um importador venezuelano, totalizando 1.329, kg. A data não foi informada.
A nota fez referência à informação passada mais cedo, em caráter emergencial, a Jobim, informando de que não havia registros de transportes de armas nos "últimos 15 dias".A remessa dos revólveres, ainda segundo a nota, ocorreu em um período anterior e foi detectada numa segunda pesquisa. "A exportação seguiu todos os trâmites legais", diz a nota, que cita os documentos de autorização concedidos à companhia e ao exportador do material. A nota afirma ainda que revólveres da mesma marca são exportados para os Estados Unidos e Argentina.
Raíssa Abreu e Nelson Oliveira / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
04/03/2008
Agência Senado
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