Arthur Virgílio faz balanço do primeiro ano do governo Lula



O senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), líder do PSDB, fez nesta quarta-feira (17) uma análise do primeiro ano de governo Lula e das oposições. Ele disse que foi oferecida uma oposição de qualidade - -nada desestabilizador- - diferente de tudo que já se fez antes nessa área.

- Foi possível mostrar combatividade sem boicote e desrespeito à democracia - afirmou.

Arthur Virgílio elogiou o governo por ter sabido trabalhar a questão da credibilidade internacional ao manter as políticas macroeconômicas do governo anterior. Ele lembrou que foram as -idéias esquisitas- do PT que criaram o -risco Lula- nos últimos seis meses do governo Fernando Henrique Cardoso.

- As regras do jogo devem ser mantidas - assinalou.

O senador também afirmou que o governo Lula impôs queda na renda dos brasileiros ao demorar a baixar a taxa de juros. Para ele, o governo acertou no diagnóstico, mas pode ter complicado o crescimento econômico em 2004 e 2005 por -ter errado na dose do remédio-.

- A medida provisória da energia elétrica é um instrumento para afugentar investidores. O risco sai do macroeconômico e vai para o micro econômico. Também há um risco embutido na política externa do governo Lula, que também afugenta investidores - frisou.

Arthur Virgílio criticou ainda as viagens internacionais do presidente da República, especialmente a mais recente ao Oriente Médio. Ele disse que a pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira mostra que o povo gostou do estilo de Lula no exterior, mas não está compreendendo a diferença entre independência e bazófia.

- Essa foi uma viagem sem sentido, do tipo Caravana Holliday, com 250 pessoas para negociar nada com ninguém em lugar nenhum. Proponho que o presidente não faça estudantada com a política internacional. É estranho que o Itamaraty esteja sucumbindo a essa visão canhestra e terceiro mundista - afirmou.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse que não é possível que o governo continue não investindo e não deixando ninguém investir. O senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) afirmou que a viagem a Cuba causou desconforto internacional na área dos direitos humanos, enquanto a visita ao Oriente Médio, sem ir a Israel e Arábia Saudita, foi como visitar a América do Sul e não ir ao Brasil e à Argentina.

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) disse que a oposição impediu um retrocesso maior na área da Saúde. Ele lembrou que o -mentor espiritual do presidente da República-, frei Betto, chegou a sugerir a retirada de recursos do programa de prevenção à Aids. O senador Demostenes Torres (PFL-GO) assinalou uma -preocupante tendência à ditadura- expressada pelo governo em suas viagens internacionais, além da propensão a expulsar quem discorda, a exemplo da senadora Heloísa Helena (sem partido-AL).



17/12/2003

Agência Senado


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