Arthur Virgílio faz balanço dos cem dias do governo Lula
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, fez um balanço do governo Lula nesta segunda-feira (7). Em entrevista à imprensa, ele disse que, como oposição, não pode afirmar ainda se o governo está dando muito certo ou muito errado, já que cem dias representam apenas 6% de exercício do mandato. Mesmo assim, Virgílio apontou pontos fortes, pontos fracos e um ponto regular no atual governo.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva até agora foi regular no que se refere à articulação política, de acordo com o líder do PSDB. Como tem maioria frágil no Congresso, não é o caso de o governo cantar vitória apenas por causa da aprovação, na Câmara, da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece regras para o sistema financeiro, afirmou o senador. Além disso, ressaltou, a PEC foi aprovada por causa da ajuda da oposição.
- Por que eu digo que a nota não é tão alta? Porque, às vezes, eles [os governistas] fazem provocações desnecessárias a nós, do tipo -oito anos não reformaram nada e nós agora vamos reformar em poucos meses-. É duro porque, primeiro, dependem da gente. Segundo, fingem que não boicotaram todas as reformas que nós aprovamos - afirmou Arthur Virgílio.
Como pontos positivos, ele destacou o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Quanto aos negativos, Arthur Virgílio avaliou que não há gerência no novo governo, tanto que nenhum contrato de exportação foi realizado desde o início da nova gestão, e criticou a falta de articulação na área social. Como exemplo, disse que o Programa Fome Zero revela dissidências entre membros do governo e que existe uma -mancebia política- entre o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Além disso, concluiu o senador, o governo tem sido pouco transparente na hora de prestar informações sobre suas ações.
07/04/2003
Agência Senado
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