Arthur Virgílio protesta contra suposta MP que "aniquilaria" Pólo Industrial de Manaus
- Se [a MP] vier como a minuta sugere, simplesmente esvaziará economicamente o Amazonas, aniquilando o Pólo Industrial de Manaus, cujo faturamento depende, em 63%, do segmento eletro-eletrônico e cujos empregos dependem em 50% deste mesmo setor - criticou o parlamentar.
O senador admitiu que parte da minuta que propõe incentivos para criação de pólo de software e de serviços de tecnologia da informação representam inovação tecnológica e mostrou-se favorável a eles, pois não afetariam o Pólo Industrial de Manaus. Já o setor de componentes de plasma e de cristal líquido, que já atingiu produção de 1,5 milhão de unidades no Amazonas, seria gravemente afetado pela referida MP.
Em aparte, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse ao senador que a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff garantiu-lhe, em contato telefônico, que a suposta minuta de MP seria apócrifa, não correspondendo a estudos que estariam em andamento sobre a questão. Afirmou também que o presidente Lula é defensor do pólo de Manaus e amigo do povo amazonense e nada faria para prejudicar a economia do estado.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também defendeu o presidente, o governador reeleito do Amazonas, Eduardo Braga, e o senador eleito Alfredo Nascimento, ex-ministro e aliado do presidente Lula, reafirmando o compromisso destes e da bancada do PMDB com o pólo de Manaus. Disse ainda desconhecer qualquer estudo do Ministério do Desenvolvimento sobre incentivos fiscais que prejudicassem o pólo.
Ao ouvir de Jucá a garantia de que o Amazonas não seria lesado economicamente, Arthur Virgílio demonstrou alívio. Ele também manifestou sua confiança em que tal medida provisória, se existente, não seria aprovada no Congresso.
Antes da chegada de Serys ao Plenário, o senador petista Sibá Machado (AC) já havia se proposto informar melhor o senador Arthur Virgílio e a debater com ele a questão, mostrando-se solidário com suas preocupações.
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) foi veemente na defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo não acreditar que ele pudesse tomar qualquer decisão prejudicial ao povo amazonense. Observou, no entanto, que, caso o projeto de TV digital beneficiasse Minas Gerais, defenderia o interesse de seu estado.18/10/2006
Agência Senado
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