Arthur Virgílio quer mais dinheiro para repor perdas dos municípios



A decisão anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de liberar até R$ 1 bilhão em crédito suplementar para repor as perdas das prefeituras com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi considerada insuficiente pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Ele defendeu a abertura de uma linha de crédito a fundo perdido entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões para que as prefeituras possam recompor o que perderam neste início de ano.

- Os municípios perderam de repasse de FPM, de janeiro até aqui, R$ 3,5 bilhões. O presidente está propondo devolver, a prestações, um bilhão. Não resolve. Além disso, quando viram os repasses caírem em função das concessões fiscais feitas na cobrança do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), os prefeitos pediram ao governo que, se quiser continuar fazendo concessões, que o faça com base nas contribuições cuja arrecadação é toda destinada aos cofres federais - afirmou Arthur Virgílio.

O senador comparou que somente a indústria automobilística, que à exceção de poucas fábricas no Nordeste está toda localizada no Centro-Sul do país, recebeu, a título de incentivos fiscais, R$ 2,5 bilhões. É mais que o dobro que o presidente Lula está oferecendo aos municípios. Arthur Virgílio também falou sobre a necessidade de o governo discutir uma saída para a questão previdenciária.

A sugestão apresentada pelo senador foi o governo suspender a cobrança da dívida previdenciária por um prazo determinado para que possa ser feito um levantamento sobre o real valor dos débitos dos municípios e negociado um novo sistema de pagamento. O movimento municipalista defende 240 meses de prazo, com prestações limitadas a um percentual da receita corrente líquida dos municípios.

Arthur Virgílio também opinou que o governo deve ajudar prioritariamente os municípios mais necessitados, os efetivamente carentes cujas arrecadações dependem quase que exclusivamente dos repasses federais. Ele citou como exemplo o caso da cidade de Japurá, no Amazonas, cuja arrecadação caiu de R$ 1,4 milhão, em dezembro, para R$ 615 mil, em março.

- Além da dramática redução na arrecadação, os municípios do Amazonas estão vivendo uma situação de calamidade pública. O interior do estado está alagado. Na cidade de Itamarati, um peixe poraquê, que dá choque, entrou uma casa e sua descarga elétrica estremeceu a residência. Se a descarga elétrica tivesse atingido uma pessoa, poderia ter sido letal - declarou Arthur Virgílio.



14/04/2009

Agência Senado


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