Arthur Virgílio questiona relação do governo com regimes ditatoriais
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) questionou as relações do governo brasileiro com regimes que considera ditatoriais. O parlamentar disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu para si uma boa imagem internacional, mas coloca por terra essa imagem "ao se tornar parceiro e protetor de ditaduras".
Arthur Virgílio subiu à tribuna, nesta quinta-feira (11), com a foto de Guillermo Fariñas, dissidente cubano que está em greve de fome desde o último dia 24. A oposição questionou o presidente por não ter se posicionado pela morte de outro dissidente cubano em decorrência de greve de fome, Orlando Zapata Tamayo, ocorrida um dia antes de Lula chegar a Cuba em visita oficial, também no mês passado.
O senador afirmou que Fariñas é um "preso político" que está "pele e osso apenas" e "prestes a morrer".
O líder do PSDB disse que não se encontram fotos do presidente Lula com os líderes dos países parceiros do Brasil no grupo chamado Bric: o atual primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh; o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Puttin; ou o presidente chinês Hu Jintao. Em contrapartida, disse, o presidente se sente à vontade ao aparecer ao lado do presidente iraniano Mahmoud Ahmedinejad; do presidente da Venezuela, Hugo Chávez; ou do presidente boliviano Evo Morales.
- É difícil encontrar algum [regime autoritário] com o qual o governo brasileiro não tenha boas relações - afirmou o senador.
Para Arthur Virgílio, o regime cubano, passado 50 anos de sua instalação, é "a mais deslavada ditadura que sobrevive no mundo". Ele disse que o regime cubano é "sórdido" e, como toda ditadura, é "sangrenta, cruel, fria e corrupta". Segundo o parlamentar, até para alguém se prostituir na praia de Varadero é preciso conhecer alguém do Partido Comunista cubano.
O pronunciamento de Arthur Virgílio teve apartes dos senadores João Tenório (PSDB-AL), Cristovam Buarque (PDT-DF), Eduardo Suplicy (PT-SP) e José Agripino (DEM-RN).
11/03/2010
Agência Senado
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